Saúde

Fumantes ativos e passivos recebem orientações durante ações pelo Dia Nacional d


29/08/2014

A programação pelo Dia Nacional de Combate ao Fumo aconteceu nesta sexta-feira (29), das 8h às 17h. Pela manhã, no Centro de Atenção Integral a Saúde (Cais), de Jaguaribe, foram realizadas ações e orientações aos fumantes passivos e ativos; e à tarde, no auditório do Conselho Regional de Medicina (CRM), palestras sobre o tabagismo, que é um dos fatores de risco mais evidentes para o aparecimento de câncer na população paraibana – a segunda causa de morte. De acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde, de janeiro a julho deste ano foram registradas 334 mortes em todo Estado. No mesmo período do ano passado, foram 490.

“As campanhas em datas pontuais funcionam como um alerta para a população. A nossa intenção é levar informação e conscientizar com relação à busca rotineira dos serviços nas unidades de tratamento”, explicou a chefe do Núcleo de Doenças e Agravos Não Transmissíveis da Secretaria de Estado da Saúde, Gerlane Carvalho.

De acordo com Gerlane, o contato com o fumante ativo e passivo estabelecido nestas ações é indispensável. “Nosso papel não é só distribuir material educativo. Nós orientamos, questionamos e argumentamos que a qualidade de vida só tende a melhorar se o cigarro for abolido da rotina. A maioria dos fumantes que chega até nós quer parar de fumar e isso já é um grande avanço”, afirmou.

O gerente de loja Marcos Antônio da Silva é um deles. Tudo que mais quer é parar de fumar, mas não consegue. Fumante há 40 anos, já tentou parar e conseguiu ficar sem fumar durante nove meses, mas depois voltou. “A ansiedade me fez ficar muito irritado no período que parei de fumar. Tive insônia e falta de ar. Como moro sozinho e não tenho ajuda da família, acabei voltando a fumar e com isso os problemas só aumentam: a capacidade respiratória e o apetite diminuíram bastante. Quero muito parar de fumar e vim aqui hoje obter mais informações e finalmente consegui”, disse.

A dona de casa Maria Jaudete Lima, que é fumante passiva, também participou das ações no Cais de Jaguaribe. “Aproveitei que estava aqui no Cais para receber mais orientações, já que não tenho condições de pagar um tratamento particular. Meu ex-marido fumava muito e esse foi um dos grandes motivos da nossa separação. Por conta do vício dele, hoje tenho asma, cansaço e falta de ar”, contou.

Durante as ações no Cais, pessoas como Marcos Antonio e Maria Jaudete receberam orientações de que, na capital, devem procurar ajuda nos Centros de Tratamento do Fumante, nos Cais do Cristo, Mangabeira e Jaguaribe; no Centro de Saúde de Mandacaru e CAPS AD III, na Torre.

Além de João Pessoa, mais 196 municípios aderiram ao Programa de Qualificação da Atenção Básica (PMAQ), para a estruturação do tratamento do fumante nas Unidades Básicas de Saúde.

 

Já os hospitais de referência no Estado no combate aos tipos de câncer relacionados ao uso do tabaco – pulmão, esôfago e laringe – são o Napoleão Laureano, Oncoclínica e Hospital Universitário Lauro Wanderley, em João Pessoa, e Hospital da Fundação Assistencial da Paraíba (Fap) e Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC), em Campina Grande.

Ações – De acordo com a programação, no Cais de Jaguaribe houve verificação de pressão arterial; testes para medir a concentração de monóxido de carbono nos pulmões; para medir a quantidade de ar que uma pessoa é capaz de inspirar ou expirar a cada vez que respira e outro que auxilia a estimar o grau de dependência da nicotina, além de apoio psicológico; orientação nutricional; saúde bucal; orientação e informação do tratamento do tabagismo; alongamento e orientações sobre atividade física, além de exposição de peças anatômicas (pulmões) e distribuição de material educativo.

À tarde, foram realizadas palestras para profissionais da saúde e educação e estudantes universitários da área da saúde e ainda profissionais que trabalham com o PSE (Programa Saúde na Escola) sobre os temas “Programa Nacional de Controle do Tabagismo na Rede SUS”, “Morbimortalidade por doenças tabaco relacionadas e tratamento do tabagismo: abordagem cognitivo – comportamental e tratamento medicamentoso”.

Ainda nos primeiros sete meses de 2014, foram registradas na Paraíba 225 mortes por câncer de pulmão; 50 de laringe e 16 de boca. A estimativa de fumantes pelo Pacto pela Saúde, do Ministério da Saúde (MS), é de 11,5% da população. Levando em consideração esta estimativa, para a população da Paraíba, que é de 3.914.418 habitantes, são 450.158 fumantes. Já em João Pessoa, com uma população de 769.604 habitantes, são cerca de 88.504 fumantes.

Tratamento – O tratamento para parar de fumar é totalmente gratuito pelo SUS e nem todos os fumantes precisam fazer uso de medicamentos para acabar com o vício. “Alguns param de fumar só com acompanhamento psicológico. Depende do grau de dependência da nicotina, que é avaliado pelo médico. Os pacientes que têm um grau de dependência maior precisam da medicação”, esclarece a chefe do Núcleo de Doenças e Agravos Não Transmissíveis, Gerlane Carvalho.



Os comentários a seguir são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.
// //