Saúde

Falta de informação prejudica aleitamento materno

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01/08/2013

A falta de informações pelos profissionais de saúde torna ainda mais difícil o aleitamentos materno exclusivo nos primeiros seis meses de vida do bebê. Muitas vezes, a orientação precária é uma realidade mais comum em unidades particulares do que em hospitais públicos. O relato da jornalista Ana Carolina Andrade mostra uma das principais dificuldades das mães de primeira viagem.

— Tive pouca informação na maternidade particular onde minha filha nasceu e sofri com mastites, dores, febre e bico do seio rachado. Minha experiência com amamentação foi um pesadelo.

Ela insistiu, mas, quando a filha completou quatro meses ela decidiu tentar o leite industrializado.

— Minha filha teve problemas sérios de obstrução intestinal e precisou de lavagem algumas vezes. Hoje tudo te leva ao leite artificial como se ele fosse a salvação, mas a realidade é que algumas vezes ele é o problema.

Especialistas explicam que as crianças que passam a tomar o leite industrializado muito cedo podem desencadear alergias durante a infância e na fase adulta.

Quando teve o segundo filho, a jornalista estava determinada a estender a amamentação pelo tempo necessário para o bebê. Em um hospital público de Brasília, sentiu a diferença no tratamento dado pelos médicos e enfermeiros.

— Saí do hospital com todas as instruções do pessoal do banco de leite e um telefone para ligar se precisasse. Isso fez toda a diferença. Aprendi novas posições para amamentar e sabia como proceder no caso de ter algum problema.

Aos três meses, o filho foi diagnosticado com alergia à proteína do leite de vaca (ALPV), um problema relativamente sério, que exclui da dieta não só leite de vaca, mas também qualquer derivado.

— Como eu era a única fonte de alimento para o Pedro, a dieta sobrou pra mim. E ela é rígida. A orientação do pediatra era amamentar o máximo de tempo que eu conseguisse, para que a alergia desaparecesse. Segui até um ano de idade. Nunca pensei que iria tão longe, mas foi uma história de amamentação tão feliz que me dá saudade até hoje.

Segundo Ana Carolina, a amamentação fortaleceu o vínculo com os filhos.

Um levantamento divulgado esta semana, a OMS alerta que apenas 37 dos 199 países (19%) signatários das diretrizes da entidade sobre o tema aprovaram leis que refletem todas as recomendações, entre elas, a de proibir totalmente a publicidade de produtos substitutos do leite. Além disso, atualmente, apenas 38% das crianças no mundo são amamentadas exclusivamente nos seis primeiros meses de vida, de acordo com números divulgados pela OMS.

A meta da instituição é elevar a taxa mundial de aleitamento materno exclusivo por seis meses em pelo menos 50% até 2025 e assim melhorar a saúde de crianças menores de cinco anos em todo o mundo. Para isso, a partir de hoje (1º), os governos de mais de 170 países organizam uma série de atividades para comemorar a Semana Mundial do Aleitamento Materno.



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