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Excursão nudista percorre 5 mil quilômetros por 6 estados do país

Turismo e viagem


11/04/2013



{arquivo}Um grupo de nudistas brasileiros acaba de terminar uma excursão que percorreu 5 mil quilômetros durante 11 dias, passando por seis estados do país.

Acomodados em um motor home (veículo adaptado como uma casa sobre rodas), sete adeptos da prática participaram do “1° Naturistas pelo Brasil”, uma viagem que os levou do Rio Grande do Sul até o Espírito Santo, onde ocorreu o 13° Congrenat (Congresso Brasileiro de Naturismo), de 18 a 31 de março, na Praia de Barra Seca.
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Eles saíram de Porto Alegre no dia 23 de março e chegaram à capital gaúcha em 3 de abril.

No caminho, fizeram paradas em vários ambientes voltados para o naturismo, como a Praia do Pinho, em Balneário Camboriú (SC), o clube Mirante do Paraíso, em Igaratá (SP), a Praia do Abricó, no Rio de Janeiro, o Recanto Paraíso, em Piraí (RJ), e o Clube Rincão Naturista, em Guaratinguetá (SP).

Em respeito às leis de trânsito, os viajantes faziam o trajeto vestidos e só tiravam a roupa quando o veículo estava estacionado nos postos de gasolina, à noite, ou nas paradas naturistas. As refeições eram preparadas no motor home, que tem cozinha com micro-ondas.

“O que mais nos perguntam é se a gente fica nu dentro do motor home. Foi essa a preocupação do motorista que foi contratado para nos levar”, conta Glacy Moraes Machado, uma das integrantes. “Mas explicamos que só tiramos a roupa quando ele está estacionado. Aí você pode sair do banho e ficar do jeito que está. Fechamos as cortinas do veículo, claro, para não ficarmos expostos", diz.

Glacy já participou de duas excursões parecidas anteriormente, organizadas pelo mesmo grupo, o Portal Brasil Naturista. Ambas passaram por destinos latino-americanos, como Chile e Uruguai, e foram batizadas de “Naturistas pela América Latina”.

Glacy tem 62 anos e conta que ficou com medo de se sentir cansada ao viajar nesse tipo de veículo. “No início, imaginei que não seria confortável. Mas fiz e achei maravilhoso, mesmo dormindo em beliche. A ‘casa rodante’ é como se fosse um navio. Você consegue levantar, caminhar, e vai com a casa toda, não precisa descer mala, mudar de hotel”, afirma.

Ela diz que o naturismo a ajudou a assumir seu corpo. “O preconceito com a nudez é a gente que tem. No naturismo não tem essa de mostrar o corpo só se ele for bem bacana.”
Movimento familiar

O grupo chamava a atenção dos outros viajantes na estrada, e aproveitava as aproximações para distribuir jornais sobre o tema.

“O público vê que é um movimento familiar, sem conotação sexual, e aceita muito bem”, diz Marcelo Pacheco, de 40 anos, um dos editores do Portal Brasil Naturista.

Sua mulher, Carina Moreschi, também o acompanhou na viagem.

Os outros participantes eram uma moradora da Colina do Sol (comunidade naturista do Rio Grande do Sul) e mais dois homens – um deles, médico, veio da Paraíba especialmente para a jornada.

O tempo não ajudou muito – uma frente fria acompanhou o grupo durante a viagem –, mas isso não impediu de praticar o nudismo.

No congresso, que ocorre a cada dos anos, foi eleita a nova direção da Federação Brasileira de Naturismo e discutida a programação para o próximo biênio.

Para Marcelo, um lado positivo da experiência foi poder aproveitar o caminho. “Uma coisa é fazer roteiro aéreo, no qual você não vivencia a situação da viagem. Outra é percorrer quilômetro por quilômetro, sentir o lugar, conhecer as pessoas a cada parada.”

Ele diz que pretende organizar mais excursões nudistas em breve.



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