Artes

Ex-usuários de drogas expõem trabalhos no Parque Solon de Lucena

Arte


07/06/2013

Peças de cerâmica, mudas de plantas, bijuterias e objetos em couro produzidos pelos ex-usuários de drogas atendidos pelo Centro de Atenção Psicossocial (Caps-AdIII – Álcool e drogas) foram expostos durante todo o dia desta sexta-feira (7) no Parque Solon de Lucena (Lagoa).

O ex-usuário de drogas Ricardo Pordeus, 59 anos, foi um dos participantes da mostra. Trabalhando como artesão na confecção de produtos de couro, ele lembrou que teve o primeiro contato com o álcool quando tinha 10 anos e não foi difícil, porque o pai era alcoólatra. Ela afirma que o contato com o álcool foi a “porta de entrada” para outras drogas, a exemplo da maconha e da cocaína.

O artesão contou que o seu primeiro tratamento para se livrar do vício aconteceu quando ele já tinha 38 anos de idade. “Eu parei por alguns anos, entrei em depressão e só melhorava quando fazia uso das drogas, principalmente do álcool”, contou. Mas a pedido da mãe, Ricardo Pordeus afirmou que decidiu que realmente iria deixar o vício de uma vez por todas.

Foi a partir de 2007 que ele ingressou em um programa na Universidade Federal da Paraíba e cerca de três anos depois passou a ser atendido pelo Caps até hoje. Ele disse que recebe atendimento de toda uma equipe de profissionais e isso tem lhe ajudado bastante a deixar o vício. “Hoje sou um homem livre do vício e o mais importante é que consegui resgatar a confiança da minha família”, destacou. Ele contou que no Caps se sente em casa e sempre vai lá para renovar as forças.

Outro ex-usuário de drogas, de 48 anos de idade, que não quis se identificar, contou que foi viciado em vários tipos de drogas e hoje se considera um homem livre do vício. Ele disse que passou a frequentar o Caps por indicação de um amigo e depois que começou a ser atendido pelos profissionais do serviço a sua vida mudou completamente.

Segundo disse, hoje trabalha com a produção de mudas de plantas e essa atividade tem lhe ajudado muito a esquecer do vício das drogas. “Mesmo me sentindo livre desse mal, que foi o terror na minha vida, eu sempre frequento o Caps para conversar com a equipe médica e rever os amigos”, afirmou.

Outras ações – Além da mostra dos trabalhos, as pessoas também tiveram a oportunidade de verificar a pressão arterial e receber materiais educativos e informativos sobre os serviços oferecidos às pessoas que querem deixar o vício das drogas. “Hoje aqui estamos vendo pessoas que antes precisavam de uma ajuda para se livrar das drogas e hoje estão aqui à disposição para atender a quem precisa de ajuda para deixar a dependência química e isso é muito gratificante para nós”, disse a coordenadora do Caps, Marileide Martins.



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