Política

Especialistas avaliam período de 100 dias como curto para obras e ações de impac

Análise


10/04/2013



{arquivo}Os 100 primeiros dias de governo se transformou em um marco para qualquer nova gestão, seja ela presidencial, estadual ou municipal. Criada no governo do ex-presidente dos Estados Unidos, Franklin Delano Roosevelt (1933-1945), a marca surgiu para popularizar e ajudar a alavancar a gestão do Democrata que naquela época vivia situação caótica. A data simbólica foi importada para o Brasil há cerca de 15 anos e virou ato político.

Na avaliação de analistas políticos, os 100 primeiros dias de uma gestão tem pouca eficácia no tocante à apresentação de grandes obras. Na opinião do publicitário e cientista político Carlos Roberto de Oliveira, a simbologia da data é importante apenas para que o gestor possa realizar uma prestação de contas inicial perante a população.

“Essa questão dos cem dias tem sido aproveitado pela grande maioria dos gestores para dizer que estão arrumando a casa, salvo nos casos de reeleição ou quando o novo prefeito é aliado do seu antecessor”, avalia Carlos Roberto.

O publicitário argumenta que 100 dias é um prazo curto demais para execução de grandes obras, mas também serve de parâmetro para que a população possa avaliar as intenções do novo gestor. “É um período curto para você apresentar obras, porém, os gestores têm aproveitado para destacar decisões importantes do governo e para apresentar o cumprimento das primeiras ações que foram promessas de campanha”, diz.

Nota para os gestores paraibanos

Carlos Roberto de Oliveira tem acompanhado de perto o desenvolvimento das ações de governo em várias das principais prefeituras paraibanas. Segundo ele, existem dois tipos de gestores, os preocupados em administrar e apresentar grandes obras e projetos e aqueles que ainda olham para o retrovisor e que demonstram maior preocupação em reclamar das ‘heranças malditas’ deixadas pelo antecessor.

Numa avaliação geral, Carlos Roberto dá nota “oito” para os novos gestores paraibanos. “A meu ver, eles têm apresentado um comportamento regular, com a exceção daqueles que ainda vivem uma ‘guerra paroquial’ local. Mas, a grande maioria está demonstrando boa intenção e procurando apresentar ações concretas para os respectivos municípios”, argumenta.

Pouco tempo para avaliações

Jaldes Menezes, professor universitário e analista político, também concorda que o prazo de 100 dias é pouco para um governo possa apresentar grandes avanços. Segundo ele, é praticamente impossível avaliar uma gestão em tão curto tempo. “Principalmente porque o novo gestor assume o mandato com projetos para serem executados a curto, médio e longo prazo. Portanto, em 100 dias não dá nem para concluir projetos curtos”, avalia.

Segundo ele, o período serve para a adaptação da equipe de governo com a ‘máquina’ pública. “É durante os 100 primeiros dias que a gestão consegue se entrosar com a cidade e com a forma de administrá-la. É muito pouco tempo, no máximo, esse período serve para a população analisar o grau de execução das políticas públicas anunciadas em campanha”, encerra.



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