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Emocionado, Alan Ruschel fala em ‘milagres’ por estar vivo e andando

1ª ENTREVISTA


17/12/2016

Primeiro sobrevivente brasileiro do acidente aéreo com o avião da Chapecoense a ter alta, Alan Ruschel concedeu entrevista coletiva na manhã deste sábado em Chapecó e se emocionou ao lembrar o que passou nos últimos dias. Segundo ele, é um milagre estar vivo e andando depois da tragédia.

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"No momento que caiu aquele avião, Deus me pegou no colo e falou que eu tinha mais missão aqui na terra, por isso ele não me levou. A única explicação são dois milagres: eu estar vivo e o milagre de eu estar andando. Os médicos falaram que foi uma lesão grave que tive na coluna", disse, emocionado.

"Acho que não tem palavras para explicar o que eu estou sentindo. É uma mistura de sentimentos. Uma alegria por poder estar aqui de novo, sentado aqui. Mas ao mesmo tempo um luto por ter perdido vários", tentou seguir, chorando ao se lembrar das 71 pessoas que morreram na tragédia em Medellin.

"(Me emocionei) Por ter perdido muitos amigos. Mas como eu postei uma foto esses dias, falando que seguir em frente honrando os que foram morar com deus. Honrarei seus familiares que ficaram, que hoje estão sentindo a dor, farei de tudo para voltar a jogar, com muita paciência, mas farei de tudo para dar muita alegria para todo mundo que torce para a Chapecoense."

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Ruschel revelou que não tem muitas lembranças do acidente e também como ficou sabendo da tragédia, já no hospital. "Eu lembro de sair de São Paulo, depois a gente chegando e Santa Cruz de La Sierra, depois saindo de lá. Não lembro do voo, do acidente. O que eu lembro depois é da minha esposa Marina falando no hospital", revelou.

"Não sabia o que estava acontecendo e, aos poucos, foram me contando. E aos poucos a ficha foi caindo. Quando eu a vi, eu não sabia o que estava acontecendo, não lembrava do jogo, não lembrava de nada. É uma coisa muito louca, não sei explicar o que aconteceu", acrescentou.

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Na expectativa da alta dos outros três sobreviventes da tragédia – o goleiro Jackson Follman, o zagueiro Neto e o jornalista Rafael Henzel – e de voltar a poder jogar futebol em um prazo de até seis meses, Ruschel falou também sobre o que tirou como lição do que viveu.

"Temos que aprender a viver a vida. Nunca tinha planejado coisas para férias, final de ano. Estava indo para um jogo e simplesmente você não sabe se vai voltar, não sabe o que vai acontecer daqui dez minutos. O que eu levo de lição é aproveitar a vida e fazer o bem. O que fizeram comigo durante esses dias não tem explicação. O jeito que me trataram lá, aqui, o que os médicos fizeram por mim não tem explicação."

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Bom humor – Apesar dos muitos momentos de emoção, Ruschel também conseguiu mostrar descontração na entrevista. Evitando olhas notícias sobre o acidente, o lateral riu ao falar de sua forma física – "só a capa do grilo", ao lembrar que tomou um refrigerante na UTI, comeu uma manga – fruta que "odeia" – e ao voltar a prometer um churrasco para os médicos que o atenderam.

"A gente começa a dar valor para coisas simples da vida. Quando eu estava na UTI, tomei uma Coca. Não sentia gosto de nada. Odeio manga e comi uma manga inteira. Pedi para a Marina comprar uma Coca pra mim. Ela disse que não pode, mas liberaram uma e nunca mais", brincou.

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"Prometi um churrasco e vou pagar. O Edson (médico) me falou que é só proteína. Vou pagar esse churrasco o quanto antes, com o Follmann tocando um violão pra nós. Vou passar um tempo na casa do meu pai agora e, depois, voltar para cá para continuar minha fisioterapia." 


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