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Em frente à prefeitura do Rio, manifestantes entram em confronto com policiais

Protesto


20/06/2013



Após a chegada de cerca de 300 mil pessoas ao prédio da prefeitura do Rio de Janeiro, alguns manifestantes que se aproximaram demais da cavalaria da Polícia Militar entraram em confronto com os PMs às 19h. Bombas de efeito moral foram lançadas pelos policiais e houve muita correria no local. Manifestantes jogaram pedras nos policiais e colocaram fogo em sacos de lixo.

O auxiliar de marceneiro Cléber Tavares, 23, disse que foi atingido na confusão. "Jogaram uma pedra ou um pedaço de madeira que atingiu minha cabeça. Fiquei tonto", contou ele que foi atendido por um grupo de voluntários.

Após a dispersão na sede da prefeitura, os manifestantes começaram a se deslocar em direção ao Maracanã, mas encontraram um bloqueio do Batalhão de Choque e o grupo se dispersou.

O último protesto na cidade, que ocorreu na segunda-feira (17) e terminou com a depredação da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) e policiais e manifestantes feridos, reuniu 100 mil pessoas. Por volta das 18h30, a passeata chegou à prefeitura da cidade, onde era aguardada pela cavalaria da PM, Batalhão de Choque, Guarda Municipal e homens da Força Nacional de Segurança. Manifestantes soltaram fogos em frente ao prédio e gritavam para os policiais: "Você aí fardado também é explorado".

A avenida Presidente Vargas foi interditada nos dois sentidos. Em direção à Candelária, as pistas da Presidente Vargas tem interdição na altura da avenida Passos; no sentido Praça da Bandeira, a via foi bloqueada na altura da Candelária.

CUT e partidos

Cerca de 20 militantes da CUT (Central Única dos Trabalhadores) chegaram a ser expulsos da concentração para o protesto. Os militantes foram encurralados na esquina da avenida Presidente Vargas com a praça Pio 10, onde levaram socos e empurrões.

Os manifestantes destruíram as bandeiras e todo o material do grupo vinculado à CUT e levaram os mastros como prêmio. Pressionados pela multidão que gritava "Sem partido", os militantes deixaram o local pela rua da Quitanda. Por volta das 17h, um carro de som puxava o coro dos manifestantes.

Militantes de partidos políticos que levavam bandeiras para a passeata foram recebidos com vaias, palavras de ordem e bombas. "O povo unido não precisa de partido", gritaram os manifestantes apartidários para um grupo que levava bandeiras do PSTU, do PCB e do PC do B e descia a rua Uruguaiana em direção à avenida Presidente Vargas, onde acontece o protesto. "Sem partido", repetiam os manifestantes contrários à partidarização. "Sem fascismo", respondiam os militantes partidários.

Metrô fechado

As estações Cinelândia, Carioca, Central e Presidente Vargas, no centro, tiveram parte das suas saídas fechadas devido à manifestação. Mais cedo, a estação Uruguaiana, próxima a Candelária, ponto de concentração dos manifestantes, também foi fechada. Segundo a assessoria do metrô a medida foi tomada por questões de segurança.

Diversas lojas no centro da cidade também fecharam suas portas mais cedo e vários comerciantes optaram por colocar tapumes em frente as vidraças.

Alerta para atentados
O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), recebeu uma ligação telefônica do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, na qual tomou conhecimento de que a facção criminosa Comando Vermelho poderia cometer atentados terroristas durante a passeata.

Segundo a assessoria do governador, os principais alvos da facção, cujos membros estariam infiltrados entre os manifestantes, são Palácio Guanabara (sede do governo do Estado), a Prefeitura do Rio e a Assembleia Legislativa. O Palácio Guanabara foi cercado por grades.

Revogação do aumento no Rio e SP

Os anúncios de revogação do aumento nas duas capitais foi feito no início da noite de quarta-feira (19), a menos de 24h das manifestações marcadas para hoje. No Rio, a medida foi apresentada pelo prefeito Eduardo Paes (PMDB), segundo o qual o preço das passagens de ônibus na cidade será revogado. Desde o dia 1º de junho, a passagem de ônibus no Rio havia aumentado de R$ 2,75 para R$ 2,95, causando uma série de protestos pela cidade.

O prefeito anunciou ainda que os aumentos no metrô (de R$ 3,20 para R$ 3,50), trens (de R$ 2,90 para R$ 3,10) e barcas (R$ 4,50 para R$ 4,80) também serão revogados. Segundo Paes, o impacto no orçamento será de R$ 200 milhões ao ano.

Em São Paulo, o governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), e o prefeito da capital paulista, Fernando Haddad (PT), anunciaram que o valor dos ônibus, metrô e trem voltará a R$ 3 a partir da próxima segunda-feira (24), ante os R$ 3,20 que atualmente são cobrados. Já a integração dos ônibus com o metrô e os trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) voltará a custar R$ 4,65 –hoje o valor é R$ 5.



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