Ao falar com jornalistas após o término do encontro com o senador Aécio Neves (PSDB), na noite desta quinta-feira (29), o governador Eduardo Campos (PSB) fez questão de ressaltar as convergências dos valores democráticos de ambos. De acordo com o socialista, o fato de eles terem atuado lado a lado na época da redemocratização do país solidificou laços de respeito mútuo.

“Há algum tempo atrás, nós éramos muito jovens e acompanhávamos importantes lideranças políticas no início do ciclo da redemocratização. O que fica é a lição da necessidade de dialogar. É isso que nós aprendemos desde cedo tanto ele com os ensinamentos de Tancredo como eu com os de Dr. Arraes.”

Eduardo evitou falar sobre as desavenças entre o PSDB e o PT, aliado do PSB no plano nacional. Em vez disso, deixou nas entrelinhas a “necessidade de todos os partidos políticos terem um mínimo de consenso”.

“Nós temos valores em torno dos quais é importante termos unidade, pois são valores essenciais. Quanto ao respeito à democracia, temos convergência, mas não só nós. O PT também converge no respeito ao valor democrático. Existe convergência em relação a necessidade de tomar conta da estabilidade econômica e dos fundamentos macroeconômicos que permitam o Brasil gerar cidadania e inclusão social.”

Questionado sobre a possibilidade de uma aliança com o senador Aécio Neves na disputa pelo Palácio do Planalto nas eleições do ano que vem, Eduardo despistou, mas ressaltou a importância do diálogo e do respeito às diferenças.

“Hoje estamos chegando à maturidade, temos mais responsabilidades […] e precisamos preservar isso que é tão importante à vida democrática no país, que é a capacidade de conversar, dialogar e respeitar as diferenças. […] Todos nós, cada um com seu jeito e com seu papel e campo político, vamos ajudando a construir. Não necessariamente temos que concordar sobre tudo e estar no mesmo espaço político. Podemos construir e ajudar a construir no Brasil uma nova prática política”, pontuou o governador.