Reflexo da economia: baixo desemprego faz brasileiro trocar cozinha por marmita

Com o desemprego em 5,4%, o delivery de marmitas assumiu o 1º lugar nos apps. O setor cresceu 18% puxado pela rotina de trabalho e preços acessíveis.

(Foto: Marcello Casal / Agência Brasil)

Embora os aplicativos de delivery sejam dominados por fast foods, os consumidores brasileiros têm registrado um crescente interesse pelo consumo de comida caseira. Esse comportamento pode ser justificado pelas constantes mudanças de hábito da população, impactadas pelo dinamismo social.

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Segundo relatórios do iFood, a venda de marmitas por delivery tem aumentado nos últimos anos. Em 2024, a categoria teve um crescimento de 18%. Já em 2025, se considerada a soma entre comida brasileira e marmitas, as vendas ocupam o primeiro lugar dos pedidos na plataforma. Essa progressão sugere uma mudança no hábito de consumo do brasileiro.

A tendência de terceirização da comida caseira pode ser lida como um reflexo do aumento da ocupação no país. O ano de 2025 registrou o menor nível de desemprego da série histórica, segundo o IBGE, com uma taxa de 5,4%. Com mais brasileiros engajados no mercado de trabalho, a rotina minimiza a disponibilidade para o preparo de refeições em casa. Ao mesmo tempo, as marmitas têm tíquete médio mais baixo e são mais acessíveis aos trabalhadores.

No restaurante Delícias da Oci, em Macapá (AP), esse movimento em relação aos pedidos de comida brasileira se prova uma realidade. Especializado em gastronomia amazônica, o restaurante começou como um negócio baseado no delivery durante a pandemia.

Atualmente com quatro unidades presenciais, o volume de entregas ainda chama atenção, sendo responsável por 60% das vendas. Sobre os pedidos, o administrador do Grupo OCI, Valdes Jr Bastos, afirma: “As vendas de marmitas têm aumentado bastante. As pessoas buscam por uma comida mais caseira, com aquele toque familiar, bem temperadinha, e esse apelo nos garante um diferencial competitivo”.

Segundo Valdes, o volume de vendas é especialmente expressivo durante a semana. Ele explica que o principal público dessa categoria são trabalhadores e adultos. “Hoje em dia, com essa correria que todo mundo tem, as pessoas não têm feito comida em casa. O delivery cresceu bastante e nós de marmita, de refeições caseiras, temos aproveitado” acrescenta.

Para José Eduardo Camargo, líder de Conteúdo da Abrasel, essa mudança de configuração não se trata de uma tendência passageira. “O aquecimento do mercado de trabalho impacta a dinâmica da vida familiar. Com menos disponibilidade para o preparo de refeições, é comum que mais membros das famílias recorram ao delivery para suprir essa lacuna. À medida que esse cenário se consolida, o novo padrão é que a demanda pelas marmitas e pela comida caseira se torne mais recorrente”, explica.

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