Trump sinaliza redução de tarifas sobre café e medida pode favorecer exportações brasileiras

Presidente dos EUA disse que mudanças serão “cirúrgicas”; proposta ocorre após encontro com Lula e pode aliviar sobretaxas que reduziram em mais de 50% as importações do grão brasileiro.

Foto: Reuters/Carlos Barria/Proibida reprodução

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que pretende reduzir parte das tarifas de importação sobre o café, em uma medida que pode favorecer diretamente o Brasil, principal fornecedor do grão ao mercado americano. A declaração foi feita em entrevista à Fox News, exibida na noite de terça-feira (11).

“Vamos baixar algumas tarifas sobre o café, e vamos ter algum café entrando (nos EUA)”, afirmou Trump, sem detalhar o percentual da redução nem especificar quais países seriam beneficiados.

Desde agosto, o café brasileiro, assim como a carne e o aço, vem sendo alvo de sobretaxas de até 50%, impostas por motivos políticos. A medida aumentou os custos para os consumidores americanos: o preço do café subiu cerca de 19% em um ano, e nas cafeterias de Nova York os reajustes chegaram a 55%, segundo dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). Como consequência, as importações de café brasileiro pelos EUA caíram 53% desde setembro.

O Brasil é atualmente o maior exportador de café para os Estados Unidos, com vendas que somaram US$ 1,96 bilhão em 2024, o país responde por um terço do consumo global. De janeiro a setembro de 2025, foram embarcadas 4,36 milhões de sacas, o que representa uma queda de 24,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), o café representa 5,3% das exportações brasileiras para o mercado americano neste ano.

A fala de Trump ocorreu após o encontro entre ele e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, realizado em outubro, na Malásia, durante uma cúpula internacional. Na ocasião, Lula solicitou a suspensão total das tarifas, mas o governo brasileiro admite negociar reduções pontuais por produto, caso a isenção completa não seja aceita por Washington.

O vice-presidente Geraldo Alckmin classificou o café como prioridade nas negociações comerciais, e o Itamaraty já articula novos encontros diplomáticos. Fontes do governo brasileiro afirmam que o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, deve se reunir ainda nesta semana com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, durante a reunião ministerial do G7, no Canadá, para discutir os próximos passos.

Trump indicou que as mudanças tarifárias devem ser “cirúrgicas” e seguir o modelo de exceções a produtos sem produção suficiente nos Estados Unidos, categoria em que o café brasileiro foi incluído em setembro.

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