Futebol

Deco esclarece possível insatisfação: ‘Ninguém fica feliz no banco’

Insatisfeito


04/04/2013



Nos corredores das Laranjeiras, comenta-se que Deco está insatisfeito com a reserva e que estaria pensando em deixar o Fluminense. Realmente, feliz o apoiador não está. Em conversa com a reportagem do LANCE!Net, com exclusividade, na noite de quarta-feira, o luso-brasileiro esclareceu que não existe problema com ninguém dentro do clube e que aceita a condição de reserva. Por enquanto. O que ele quer mesmo é recuperar o lugar entre os titulares e conquistar um título inédito.

– Ninguém fica feliz de estar no banco de reservas, mas tenho de aceitar e respeitar o que o treinador decide. Muito se falou que eu estava querendo criar uma confusão dentro do clube e isso é lógico que não faço. Não sou mau caráter. Aceito minha condição. Basta agora correr atrás e recuperar meu espaço e minha condição – afirmou.

Sobre a possibilidade de encurtar sua passagem pelo clube – o contrato vai até dezembro deste ano – o jogador não quis fazer planos e apenas traçou objetivos para ele o para o time do tricolor.

– Não vou decidir nada antes de terminar a participação do Fluminense na Libertadores. Quero muito ganhar este título, que é um dos que não tenho. Tenho contrato até dezembro e posso prolongar, posso encerrar antes, mas nada será decidido agora. No momento que achar que não estou mais ajudando, não tenho problema algum em conversar com a diretoria e pedir para rescindir – disse.

O apoiador fala com propriedade. Isto porque, ao renovar o vínculo no meio do ano passado, as partes decidiram por não colocar multa rescisória. Nada prende o jogador ao clube.

Confira abaixo o que Deco tem a dizer sobre seu momento pelo Fluminense.

GUILHERME ABRAHÃO: Em relação à atual condição de reserva, como analisa o momento?
DECO: Sei que tenho mais a render do que tenho demonstrado. Respeito todo mundo. Respeito o Wágner, que está jogando, e qualquer outro que for escolhido. Não vou ficar reclamando do banco, vou trabalhar e buscar meu espaço outra vez.

GA: Mas ficou irritado por ter sido tirado do time?
D: Irritado todo ser humano fica em diversos momentos. Quando estou jogando, quando estou treinando, isso é normal. Contra o Huachipato (CHI), no Engenhão, fiquei chateado por sair e não poder ajudar mais. Não fiquei irritado com o Abel ou com qualquer outro e sim por ter sido substituído. Encaro com naturalidade.

GA: Vê o Wágner em um momento melhor do que o seu?
D: Respeito muito o Wágner. Se você me perguntar se ele está vivendo um momento melhor do que o meu, vou dizer que sim. É um jogador que trabalha duro, acompanho ele desde o ano passado, e está merecendo a condição de titular.

GA: Muito se fala que sua relação com Abel está estremecida. Qual é a verdade nisto?
D: Tenho respeito e carinho enorme pelo Abel Braga. Somos amigos desde antes dele chegar ao Fluminense. Ele é o treinador, é ele quem decide o time que vai para campo e vou respeitar.

GA: Então não existe a insatisfação por estar no banco?
D: Quem acompanha os treinos no dia a dia pode falar. Alguém já me viu treinando de má vontade? Agredindo algum companheiro? Pelo contrário. Me dedico ao máximo. Como disse, feliz com a reserva não estou. Felipe também não está e também está trabalhando. Agora, o jogador que treina de sacanagem, arruma confusão, acho melhor parar de jogar. Tenho 18 anos de carreira e não sou mais um menino para ficar de birra com ninguém. Quando achar que não tenho mais condições, vou parar.

GA: Você se sente perseguido pela imprensa ultimamente?
D: Espero que não exista má vontade. Só não entendo porque criar tanta polêmica em cima do Deco. O que me deixa chateado são essas inverdades, porque parece que sou mau caráter. Quem me conhece sabe que não sou. Basta perguntar aos jogadores e todos que estão do meu lado. Conquistei o que tenho com honestidade.

GA: Você deu uma entrevista para uma rádio sobre o Neymar e teria sido mal interpretado. O que houve?
D: Disseram que eu falei que não gosto dele como pessoa. Realmente fui mal interpretado. O Neymar é meu amigo, conheço até o pai dele, como ia falar mal de um amigo? Não tem como. Ele é um craque. Em relação a ele jogar na Europa, que foi minha resposta, não posso falar sobre. É uma decisão dele. Torço pelo sucesso dele sempre.

GA: Em relação à sua participação em um evento beneficente na quarta pela manhã, no qual você não deu entrevistas, o que aconteceu?
D: Vi na imprensa e falaram que eu era padrinho do evento. Não teve nada disso. Fui como convidado por um amigo e não fiquei no palco. Fiquei na plateia porque se trata de um evento beneficente e eu tenho um instituto em Indaiatuba também. Fui na boa vontade, com prazer, por amizade ao Luís Figo. Avisei que sairia mais cedo porque tinha um almoço com um amigo e ainda havia treino depois.

GA: Quais são seus objetivos neste último ano de contrato?
D: Quero ganhar a Libertadores. Não digo sendo titular, mas ajudando dentro do que me for exigido. Estou feliz no clube. Quando achar que as coisas não estão saindo como desejado, vou falar com a diretoria e me desligar. Não tenho problema em falar isso.



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