Cinema

Curtas paraibanos são destaque em JP

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08/09/2013



  O audiovisual paraibano é destaque na noite desta terça-feira (10) em João Pessoa com o lançamento de três curtas-metragens: o filme de ficção O Terceiro Velho, de Marcus Vilar, e os documentários Transmutação, de Torquato Joel, e A Queima, de Diego Benevides. As exibições começam às 21h, na Sala 3 do Cine Espaço Mag Shopping, em Manaíra, com entrada franca.

Antes mesmo do lançamento, O Terceiro Velho foi premiado no VII Comunicurtas, realizado de 26 a 31 de agosto, em Campina Grande. Os prêmios foram os de Melhor Filme de Ficção, Melhor Ator (Fernando Teixeira), Melhor Atriz (Kassandra Brandão), Melhor Direção de Arte (Valdir Santos), Melhor Fotografia (João Carlos Beltrão) e Melhor Filme Geral dividido com A Queima, de Diego Benevides.

O curta, todo em preto e branco, com 15 minutos de duração e censura 16 anos, aborda a sexualidade como reflexo de traumas e carências afetivas. No elenco estão os atores Zé Dumont, Buda Lira e Fernando Teixeira e a atriz Kassandra Brandão. As locações aconteceram na zona sul da Capital e nas praias de Manaíra, Tambaú e Cabo Branco.

O filme mostra a noite de uma prostituta que encontra três estranhos clientes de idade avançada e vivencia situações inesperadas em que desejo, medo e solidão se misturam. O roteiro, assinado por Marcus Vilar e Vinícius Rodrigues, é uma adaptação do conto O Terceiro Velho da Noite, do escritor sergipano Antônio Carlos Viana, publicado na coletânea Cine Privê (Companhia das Letras).

O Terceiro Velho foi viabilizado pela Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope), através do Fundo Municipal de Cultura, com apoio da Leme Produção Cultural, Pigmento Cinematográfico, Núcleo de Produção Digital (NPD), UFPB/PRAC/COEX, Coletivo Porta Cênica e apoio cultural da Coteminas. A produção é de Heleno Bernardo

Kassandra Brandão – A atriz, que interpreta a prostituta, é integrante do Grupo Graxa de Teatro. Essa é a sua primeira experiência com cinema, mas ela já atuou também no clip musical “Hair Cream”, com direção de Thyego Lopes.

Entre os espetáculos teatrais que participou como atriz estão Déjà Vú, Profanações, Flor da Paixão, Entre Quatro Paredes, Do Outro Lado da Chuva, Maria Canta uma Paixão, Cinderela, [IN] Sônia e Beata Maria do Egito.

Fernando Teixeira – O ator vive um personagem atordoado pela lembrança de um casamento malogrado e o seu fetiche é ver a prostituta vestida de uma maneira bastante particular. Com um vasto currículo que começou em 1963, Fernando comemorou este ano 50 anos de carreira, sendo homenageado com o lançamento do livro “Fernando Peregrino – um perfil biográfico de Fernando Teixeira em 50 anos de palco”, de autoria de Tarcísio Pereira.

Ator, teatrólogo e autor, esteve em mais de 60 espetáculo, entre eles, Navalha na Carne, Coiteiros, Cantata Para Alagamar, Um Tomate Esmagado por um Carro, Quinze Anos Depois, Fogo Morto, Esparrela, Papa-Rabo, Que Vai Fazer, Chamar a Polícia?, Otelo, Anayde e A Bagaceira.

Fernando Teixeira também atuou em filmes, a exemplo de Paraíba Mulher Macho, 24 Horas, Eu, Tu, Eles, Por Trinta Dinheiros, Transubstancial, Baixio das Bestas, O Sonho de Inacim e Bezerra de Menezes.

José Dumont – O ator paraibano é um dos três personagens do curta-metragem de Marcus Vilar. Começou a carreira em 1975, no teatro, com a peça Morro do Ouro. Em seguida, fez Morte e Vida Severina no cinema. Tem no currículo cinco peças de teatro, 50 filmes e vários trabalhos em TV.

No cinema se destacam: O Homem que Virou Suco, Gaijin, Kenoma, Narradores de Javé, Os 2 Filhos de Francisco, Árido Movie, Cidade Baixa, Olga, Abril Despedaçado, Brincando nos Campos do Senhor, Os Trapalhões no Auto da Compadecida, A Hora da Estrela, Lampião e Maria Bonita, e Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia. José Dumont já recebeu mais de 30 prêmios e homenagens em festivais nacionais e internacionais.

Buda Lira – No curta-metragem, o ator paraibano interpreta um dos três personagens. Buda Lira atua na área de teatro desde 1970, quando iniciou as atividades no teatro amador da cidade de Cajazeira.

No teatro, Buda Lira atuou em espetáculos como Paixão de Cristo, A Cura de um Cego de Nascença, O Aborto, Cantata Para Alagamar, Lampiaço, O Rei do Cangão, Papa-Rabo, Paraibanadas, Auto de Deus, Retábulo e Fêmeas. No cinema, esteve em Eu sou o Servo, São Jerônimo, Cão Sedento, Moído e O Grande Kilapy.

Transmutação – Com direção e roteiro de Torquato Joel, Transmutação é um documentário de atmosfera que busca, a partir da contemplação do ofício de fundição dos restos metálicos das exumações de um cemitério, fazer uma reflexão sobre a existência e o caráter metafísico da fintude.

O curta de 12 minutos, tem como personagens Chico do Bronze e João Batista. A produção é de Romero Sousa; direção de fotografia, Bruno de Sales; música original, Carlos Anísio, edição, Ely Marques; e edição de som, Guga S. Rocha. Transmutação participou do Festival Internacional de Curtas Metragens, obtendo menção honrosa do Prêmio Itamaraty, que teve no júri nomes como Alice Kharoubi, diretora do Cannes Court Métrage, entidade dedicada aos curtas criada pelo Festival de Cannes; Maria Morata, integrante da Comissão de Seleção do Berlinale Shorts, do Festival de Berlim, e José Roberto Rocha Filho, diplomata e subchefe da Divisão de Promoção do Audiovisual do Ministério das Relações Exteriores.

O filme foi viabilizado pela Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope), através do Fundo Municipal de Cultura, com apoio da UFPB/PRAC/COEX.

A Queima – O documentário curta-metragem, dirigido por Diego Benevides, tem 13 minutos de duração e aborda o universo mítico que permeia os canaviais, com sensações e tradições relativas à queima da cana-de-açúcar.

O filme também retrata o personagem Seu Tião, narrador de mitos e lendas que rondam as áreas de cultivo da cana na Zona da Mata da Paraíba, entre elas, a possível vinda do personagem fictício Macário, nos três dias que antecedem a queima. O curta mostra a influência direta dessas fábulas no cotidiano nas famílias dessas regiões ricas de crenças singulares.

Diego Benevides também assina o roteiro, ao lado de Gian Orsini. Marcelo Coutinho é o assistente de direção. Os atores personagens são: Seu Tião, Dona Bôla, Gilson Veríssimo e Jéssica Marcolino. O curta já vem participando do circuito de festivais importantes no Brasil, dentre eles, os festivais internacionais de São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e outros de destaque nacional, já colecionando alguns prêmios, a exemplo de Melhor Filme Geral, dividido com o Terceiro Velho, no Comunicurtas.



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