Música

Concerto da Orquestra Sinfônica da Paraíba tem ópera e música para flauta solista


26/08/2024

Flautista Rogério Acioli (Foto: Divulgação)

Portal WSCOM

A Orquestra Sinfônica da Paraíba apresenta concerto nesta quinta-feira, 29 de agosto, com destaque para solo de flauta, com o músico pernambucano Rogério Acioli, e o prelúdio de uma das óperas mais conhecidas do mundo. Com regência do maestro Gustavo de Paco de Gea, a apresentação começa às 20h30, na Sala de Concertos Maestro José Siqueira, no Espaço Cultural, com entrada gratuita.

O concerto vai ser iniciado com “Chacony em Sol Menor”, de autoria do inglês Henry Purcell, um dos grandes nomes da música barroca, que além de compositor era cantor, instrumentista e construtor de instrumentos. Em seguida, o flautista Rogério Acioli vai acompanhar a orquestra do “Concerto em Mi Menor para Flauta Solista”, do compositor e professor italiano Severio Mercadante, que contém os movimentos Allegro Maestoso, Largo e Allegro Vivace (Rondó Russo).

Uma das atrações deste concerto é o prelúdio de uma obra que é considerada uma das primeiras composições do realismo operístico italiano, a “Cavalleria Rusticana”, do maestro e compositor Pietro Mascagni.

Para encerrar, a orquestra vai tocar uma das músicas mais conhecidas da obra erudita, a “Tocata e Fuga em Ré Menor”, do músico, compositor e organista alemão, Johann Sebastian Bach, e do regente inglês Leopold Stokowski.

O maestro Gustavo de Paco falou sobre o repertório deste concerto. “Iniciaremos com uma obra barroca de um autor inglês chamado Henry Purcell, que é uma homenagem que eu quero fazer a um músico que foi da Orquestra Sinfônica da Paraíba durante sua reativação, em 1980, e que esteve no corpo de professores da nossa orquestra durante muitos anos. A homenagem vai ser esta primeira peça, a Chacony em Sol Menor, uma obra simples, só pra corda, com cravo, muito bonita”, observou.

“Na segunda obra, teremos a visita de um solista, um querido amigo e companheiro, que passou vários anos como músico da Orquestra Sinfônica da Paraíba, tocando flauta e flautim. Rogério Acioli vai executar um concerto de Severio Mercadante, um italiano que foi compositor durante a primeira metade do século XIX. É uma obra eminentemente clássica”, explicou.

“A terceira música vai ser o prelúdio da ópera Cavaleria Rusticana, de Pietro Mascagni”, afirmou o maestro. “Isso significa que é o início da ópera. Esta ópera é uma das mais famosas do mundo, talvez uma das dez mais famosas. O mais interessante é que depois de participar de um concurso de composições de óperas, o jovem compositor Pietro Mascagni, até então desconhecido na Itália, apresenta essa ópera e ganha o concurso em primeiro lugar. Depois ela virou um êxito mundial”.

A última música, Tocata e Fuga, envolve dois compositores. “Essa música foi originalmente feita nos anos 1700 pelo famoso compositor alemão Johann Sebastian Bach. A obra é tão grandiosa que no decorrer do Século XX o compositor inglês Leopold Stokowski pensou em transformar numa obra para a orquestra sinfônica. Então, é como se fosse um grande arranjo da obra inicial de Bach”, observou o maestro.

“É realmente maravilhoso, porque usa a orquestra em grande escala. Usa maior quantidade de trompas, maior quantidade de madeiras, maior quantidade de metais. É muito completa e complexa também de ser executada, é um verdadeiro desafio. Então é a Toccata e Fuga de Bach, versão Stokowski”, finalizou.

Para o flautista Rogério Acioli, as expectativas para este concerto são as melhores possíveis. “A começar pela relação que eu guardo para com a Orquestra Sinfônica da Paraíba, onde eu tive toda a minha formação. São 36 anos que eu passei na orquestra sinfônica. É uma vida, que envolve um caráter profissional, um caráter afetivo, um caráter humano. Então, eu estou tomado de emoção com essa ocasião, que vai se dar na próxima quinta-feira”.

Com relação a peça que vai tocar neste concerto, Rogério Acioli explicou que o compositor italiano, Saverio Mercadante, é do período romântico e tem uma obra extensa, com óperas, balés, obras orquestrais, música clássica, música sacra, música de câmara e concertos.

“Esse que eu toco, o número dois para flauta em mi menor, é um concerto do início do período romântico, com ainda algumas características do que vinha prevalecendo, até então, aquele conceito do classicismo, mas fugindo já disso, com a nova liberdade emocional, sobretudo no fraseado. Nesse concerto você encontra ainda uma certa estrutura clássica quanto ao caráter harmônico, mas uma liberdade emocional de expressividade. De ideias no campo do fraseado melódico, que é o que caracteriza a grande beleza e aceitação que esse concerto é, atingiu desde a sua estreia até os dias de hoje dentro do repertório flautístico”, afirmou.

O solista

Rogério Acioli é natural de Recife (PE). Especializou-se por dois anos em Flauta Transversal (“Première Prix” – menção máxima), sob orientação do professor Maurice Pruvot, e fez o Ciclo Superior em Piccolo na Escola Nacional de Música, em Créteil, na França. É licenciado em Educação (Artes) pela Universidade de Pernambuco e bacharel em flauta pela Universidade Federal da Paraíba, orientado pelo professor Gustavo Gines Paco de Gea.

Como flautista, atuou por 36 anos na Orquestra Sinfônica da Paraíba, tendo sido também membro da Filarmônica Norte-Nordeste, com as quais participou de gravações de alguns CDs, além de ter participado de diversas formações orquestrais e camerísticas durante sua formação acadêmica. Atualmente, é professor de Flauta no Conservatório Pernambucano de Música e no Centro de Educação Musical de Olinda.

É membro do Conselho Consultivo da Associação Brasileira de Flautistas (ABRAF) e coordenador, ao lado do Quarteto Pernambucano de Flautas (do qual é integrante), dos Encontros de Flautistas de Pernambuco. Lecionou por dois anos (2016 – 2017), como professor substituto na classe de flauta transversal, na Universidade Federal de Pernambuco.

Como solista e camerista, aborda repertório que vai do barroco à música contemporânea, mantendo parcerias com a pianista Elyanna Caldas e o violonista Newton Messias. Em 2010, realizou uma turnê a convite do Sesc-RJ, apresentando uma série de 84 concertos por todo o território nacional, divulgando a música de compositores brasileiros Guerra Peixe e Cláudio Santoro, dentro do projeto Sonora Brasil.

O regente

Natural de Buenos Aires (Argentina), Gustavo de Paco de Gea graduou-se pelo Conservatório Juan José Castro. Depois de atuar como docente e flautista em orquestras argentinas, foi convidado pela Universidade Federal da Paraíba para ser professor do Curso Superior e de Extensão de Flauta, onde ensina até hoje.

Foi membro fundador do Quinteto Latinoamericano de Sopros e da Orquestra Sinfônica da Paraíba, atuando como primeiro flautista, e desde 1985, é primeiro flautista da Orquestra Sinfônica do Recife (PE). Detentor de vários prêmios nacionais e internacionais, Gustavo de Paco de Gea tem se apresentado nos mais importantes festivais do Brasil.

É regente de orquestra desde 2001, ano em que criou a Orquestra de Câmara Municipal de João Pessoa, sendo diretor artístico e regente titular até 2010. Em 2012 foi nomeado maestro e diretor artístico da Orquestra Criança Cidadã, em Recife (PE), e, no ano seguinte, foi designado para reger o Concerto de Estreia da Orquestra Sinfônica da Universidade Federal da Paraíba (OSUFPB), regendo desde então recorrentemente esse organismo como maestro convidado.

De 2014 a 2018, foi maestro assistente da Orquestra Sinfônica Municipal de João Pessoa e atualmente é o regente titular da Orquestra Sinfônica da Paraíba.

Entrada gratuita – Não é cobrado ingresso para os concertos da Orquestra Sinfônica da Paraíba. Idosos, cadeirantes e demais pessoas com dificuldade de locomoção têm entrada acessível na lateral da Sala de Concertos, ao lado do palco da Praça do Povo. O programa do concerto está disponível na bio da página da OSPB no Instagram: @orquestra.ospb.


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