Política

Com corrida presidencial a todo vapor, Eduardo Campos ainda é “coringa”, dizem e

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24/02/2013

 O lançamento da candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff, do PT, feito na última quarta-feira (20) pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o discurso do senador Aécio Neves (PSDB-MG) no plenário, no mesmo dia, praticamente definiram os principais concorrentes do pleito, que acontece somente daqui a um ano e nove meses. Apenas o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), ainda não se posicionou nesta "corrida eleitoral antecipada". Segundo especialistas, suas diversas opções fazem dele um "coringa".

"O governador faz um jogo dúbio: participa da coalização presidencial, flerta com o senador Aécio Neves, e ao mesmo tempo tenta criar uma candidatura própria. Mas o partido ainda é muito regional, como foco no Nordeste, apesar da vitória do candidato socialista à Prefeitura de Belo Horizonte", diz Francisco Fonseca, cientista politico da FGV-SP (Faculdade Getúlio Vergas de São Paulo). Em outubro do ano passado, Marcio Lacerda (PSB), correligionário de Campos, foi reeleito prefeito de BH.

Nesta quinta-feira, Eduardo Campos criticou o discurso de "lançamento" da candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff. "Eu respeito a opinião dos outros, mas sinceramente eu não vejo como ajuda o Brasil você lançar uma campanha eleitoral agora."

Fonseca afirma não acreditar que o pernambucano se lance em voo solo já em 2014. "Creio que ele ou ficará como vice na chapa petista ou tucana, ou disputará o Senado, já que é seu segundo mandato como governador e ele não pode mais se reeleger. O Senado é o lugar dos ex-governadores."

David Fleischer, cientista político da UnB (Universidade de Brasília), diz que "ele está só esperando para ver o que vai fazer. Quer manter um pé no governo Dilma, e diz que só definirá uma possível candidatura em 2014. Se a Dilma não melhorar a situação da economia em 2013, pode ter uma queda em sua popularidade, e isso pode pesar na decisão de Campos de se lançar como candidato", afirma.

Para o cientista político Luciano Dias, da CAC Consultoria Política, "como Campos não pode fazer campanha abertamente, já que seu partido pertence ao governo, ele vai fortalecendo sua base no Nordeste, tirando potenciais votos que seriam do PT, como ele fez nas eleições municipais de 2011, quando sua legenda derrotou o partido de Dilma no Recife e em Fortaleza".

O cientista político Ricardo Caldas, da UnB, enxerga três opções viáveis para o governador do Pernambuco. "Além de uma possível cabeça de chapa, ele pode ser vice da Dilma ou do Aécio."

Para compor a chapa com o PSB, o PT entraria em conflito com o PMDB, do vice-presidente Michel Temer, o que seria uma manobra arriscada, tendo em vista o tamanho da bancada peemedebista no Congresso e a quantidade de prefeitos que a legenda emplacou em 2011".

Carlos Melo, cientista politico do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa), não vê tantas possibilidades para o socialista. "Eu acho que as chances de ele ser vice da Dilma são pequenas, por conta do PMDB, e o espaço para ser vice do Aécio é pequeno para ele. Ser vice do PSDB seria abrir mão de ser candidato em 2014 e 2018. Ele jogaria a possibilidade de ele ser candidato para 2022."



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