Rui Leitão

Jornalista e escritor.

Geral

Vou falar de saudade


01/11/2011

Foto: autor desconhecido.

 

Vou fugir dos temas políticos. Permitam-me aqueles que me dão a honra de tê-los como leitores de minha coluna, fazer deste momento um preito de homenagem a uma pessoa que foi muito importante na minha vida.

Vou falar de saudades. Mas não a saudade que entristece, que causa dor, mas a saudade que permite estabelecer sintonia com o passado que lhe fez bem, com a ausência que não extingue a lembrança de quem você amou. Quem você amou, nunca esquece. O tempo não apaga a nossa história. E ela tem que ser revivida na nossa lembrança a todo instante. Torna-se bússola, norte, direção, na nossa vida.

Não quero mais chorar a sua separação do nosso convívio, quero celebrar sua biografia, quero cultivar sua memória, quero fazer da oportunidade que tive de receber seus ensinamentos e orientações o exemplo da minha vida. Quero transformar as lágrimas em sorrisos. A alegria de ter recebido de Deus a ventura de ter nascido seu filho. Tenho certeza de que ele está comigo sempre, em todos os momentos.

Então fica a pergunta: a saudade passa a ser um instante bom de se viver? Saudade é memória. Não quero mais que seja algo que me incomode. Quero que seja algo que leve dentro do coração a presença de um ausente querido. Sentir como permanente em minha vida, mesmo que a presença física não se afirme. Ninguém desaparece para sempre.

Passou o tempo de choro. Agora se consolida o tempo da alegria da consciência e do agradecimento a Deus de ter me presenteado um pai que foi e continua sendo uma referencia na minha vida.

DEUSDEDIT LEITÃO. Esse nome não representa apenas alguém importante na minha vida, representa alguém que foi marcante na história cultural de nosso estado. A Paraíba pode até não ter reverenciado a sua memória como fazia por merecer, mas eu,minha mãe, com quem gerou descendência, meus irmãos e irmãs, toda a familia, têm a noção exata da figura ímpar que ele foi enquanto em vida.

Nosso orgulho. Nossa referência. Nosso guru.

Não o considero um finado. Considero uma história viva que baliza nossos caminhos,

A saudade deixa de ser motivo de tristeza para ser motivo de orgulho, de alegria, de sentimentos agradecidos a Deus por ele ter existido.

 


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