Walter Santos

Multimídia e Analista Político.

Geral

Vida e Obra em Júlio Rafael


02/06/2013

Foto: autor desconhecido.

{arquivo}A última vez que vi Júlio Rafael fazendo política com P maiúsculo numa dessas articulações de respingo nacional, muito antes dele sentir – se mal em São Paulo e entrar no Sírio Libanês para não sair mais, ele exagerou no conhaque e na falação diante do ex-Ministro da Casa Civil E AMIGO José Dirceu, numa conversa vasta sobre o Nordeste, em João Pessoa, no restaurante de um hotel.

Ao lado da companheira de todas as horas, Ana Adelaide – que sai mais cedo, lembro bem desta noite porque, inclusive fui quem teve a satisfação de deixá-lo no Bessa, onde fez moradia prazerosa. Estive lá noutro momento, uma bronca da propaganda resolvida na conversa estendida até o Altiplano.

Pois bem, Júlio Rafael diante de Geilson Salomão, Álvaro Dantas, Edivan Silva, Anselmo Castilho e Maria Alice (a guardiã do Ministro) deitou falação sobre a realidade brasileira no Governo Dilma apontando necessidades urgentes de ajustes na agenda e na forma de agir com a sociedade organizada e classe política.

Lembro bem que, ultimamente muito envolvido com os debates do Brasil pelo interesse do Nordeste, puxei uma parte do debate sobre o INSA – Instituto do Semi árido e a necessidade premente do Governo Dilma rever a forma de tratamento midiático e político diante da estiagem.

Foi aí que ele sugeriu e foi imediatamente absorvido por Zé Dirceu uma pesquisa minuciosa produzida pelo INSA em convênio com o SEBRAE/PB merecendo interesse de todos.

Depois disso, somente algumas poucas vezes reencontrei-me com Julio, se não me engano na Galinha de Nazaré – no 13 de Maio e num desses eventos nos prometendo uma conversa mais demorada porque, embora divergíssemos de alguns enfoques da realidade política em muitas matérias tínhamos entendimento comum.

Este é extrato recente de uma convivência que se estabeleceu no final dos anos 90, quando ele retornou a João Pessoa e passou a ser interlocutor muito importante com o PT Nacional, tanto que coordenou a campanha de Lula nesse tempo. Por esses e outros fatores, entre os quais a fase de militância em São Paulo onde conheceu muitos dos que hoje mandam no Brasil, Julio chegou a ser o mais prestigiado de Lula e Dirceu – embora tenha perdido esse posto por conta dos últimos fatos políticos da Paraiba, sem duvidas envolvendo sua relação com Ricardo Coutinho.

Trocando em miúdos, Julio sempre foi de conspiração política, de articulação futurista pela importância que exercia no partido, na recente relação com o governador e outros personagens, a exemplo de Ronaldo / Cássio de quem era amigo e até devoto.

É evidente que brigou muito por suas idéias e posições chegando até mesmo a radicalizar nas ultimas discussões internas no PT, mas diante de tudo nada minimizará a relevância da contribuição dada por Júlio ao contexto político – partidário e do Sistema SEBRAE nos últimos tempos.

Dói muito saber da partida, mas esta é a realidade que não dispensará ninguém. Até mais ver.

ÚLTIMA

"Amigo é coisa pra se guardar/

do lado esquerdo do peito…"
 


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