Rui Leitão

Jornalista e escritor.

Geral

Velhice não é sinônimo de doença


15/09/2011

Foto: autor desconhecido.

O Brasil é hoje a sexta população mais idosa do mundo, quantificada em mais de quinze milhões de pessoas, correspondendo a aproximadamente quatorze por cento de nossa população adulta. Esse numero deve alcançar cerca de trinta milhões até 2020, com uma renda que soma sete e meio bilhões de reais ao mês. O envelhecimento da população brasileira vem crescendo 3,2 % ao ano.

Isso nos remete a compreender que os idosos passaram a ser um fator de equilíbrio social. Vinte e seis por cento das famílias brasileiras tem, pelo menos, um idoso em casa, cuja renda é redistribuída no seu grupo familiar, o que equivale dizer que são responsáveis pela manutenção de um quarto dos lares do Brasil. Esse cenário muda o perfil populacional de nosso país e enseja a necessidade de se buscar a adoção de políticas públicas estabelecendo mudanças nos nossos sistemas de saúde e previdenciário. É um desafio que precisamos enfrentar nos próximos anos.

O aumento da expectativa de vida do brasileiro, que há cinqüenta anos era de 43 anos de idade, hoje está em torno de 68 anos.

A população idosa sempre foi tratada neste país como se fosse um peso social. Está na hora de acabarmos com a imagem dos “velhinhos-problema”. É flagrante o preconceito etário nos ambientes de trabalho. Temos que investir em programas de educação permanente e de recapacitação profissional que aumentem as possibilidades de reinserção desses cidadãos no mercado de trabalho. A capacidade produtiva dos idosos de nosso tempo não pode ser questionada. São pessoas, em sua boa maioria, saudáveis e com capacidade intelectual laborativa e que não podem ficar à margem da sociedade. Afinal de contas velhice não é sinônimo de doença.

Tive a satisfação de colaborar com um trabalho fantástico realizado pelo Instituto de Previdência de nossa capital, ao tempo em que o atual deputado Edmilson Soares ocupava a sua superintendência e que vem tendo continuidade na atual gestão, quando assumia uma posição de vanguarda ao definir políticas que tratam os idosos com a preocupação de proporcionar uma velhice digna, respeitada e socialmente engajada na movimentação econômica da cidade.

Não podemos desconhecer que alguns avanços têm sido experimentados, tanto no arcabouço jurídico nacional, com a edição do Estatuto do Idoso, quanto com a criação de considerável quantidade de instituições e organismos sociais que atuam no atendimento das mais variadas demandas dessa população. Mas ainda não o suficiente para responder como devido às suas necessidades. É importante que se intensifique um debate social objetivando oferecer e preservar uma boa qualidade de vida da pessoa idosa.
 


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