Geral

SUA COMPANHIA ARTIFICIAL


14/11/2017

Foto: autor desconhecido.

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Em 1980 escrevi um texto, ainda em máquina de datilografar (quem sabe o que é este equipamento de escrita?), no qual imaginava coisas futuristas. O texto havia endereçado a Maria do Rosário, uma namorada que morava em Olinda-PE. O conteúdo prescrevia a presença de um robô para serviços de entrega de flores, pizza, e convite para um jantar a dois. Ao final, Maria chega ao nosso apartamento, toca a parede e fala através de interfone, e entrando no elevador, sobe pelas paredes. Tudo isso parecia contexto de filme de 007, e uma vida moderna.


Passaram-se os anos e cá estamos, falando agora de drones que entregam encomendas à longa distância, carros inteligentes, robôs que prestam serviço de companhia romântica, nanotecnologia que possibilita ações milimétricas de cirurgias precisas não invasivas, smarts TV e phones, cartões de crédito ultrassensíveis, óculos e roupas térmicas adaptadas de sensores, casas premoldadas, cabanas eletrônicas e solidão.


Falamos sobre jogos eletrônicos e de guerra via rede de telecomunicações que interagem com o mundo inteiro, bancos na palma da mão, bilhões de música com um simples toque digital, enciclopédias com bilhares de informações online e superpoderes.


Para onde estamos caminhando? Para onde nos leva a Inteligência Artificial? Será que esta, dentro em pouco tempo, conseguirá superar a capacidade humana de raciocinar, sentir, emocionar-se, agir? Com a expansão automotora, ou seja, com a autonomia das máquinas que pensam e retroalimentam, seria possível ainda o homem domina-la? Em caso de guerras, seria possível o homem deter ações estratégicas de bombardeio coletivo? A que afinal, servem estas hiper poderosas invenções? Para facilitar e criar ao homem um mundo melhor, ou servir também de ameaça sem volta?


Pryscilla está no final do expediente de uma longa jornada e com simples toque no smarth aciona o carro que sai do estacionamento e à espera de portas abertas na saída do escritório. Enquanto caminha para seu próximo destino, ela assiste a séries em vídeos e comandos oferecem músicas de seu repertório preferido, sugerem compras, marcas de vinhos que estarão disponíveis na sua geladeira ao chegar em casa, e amigos virtuais com propostas de diversão. Melhor, robôs que prestam serviços de companhia com boas e inteligentes conversas e até dançam impecáveis um tango a dois com corpos coladinhos. Difícil é saber quem dos dois, ou ambos, é/são cyborgs. Pryscilla ou sua companhia que custa apenas 7000 dólares e já pode se adquirido através de sites da internet. Sim, o futuro já é. Digo, já era, já estamos pra lá de além…


Gil Sabino é jornalista e gestor de marketing. g.sabino@uol.com.br
 


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