Walter Santos

Multimídia e Analista Político.

Geral

Oposição dá o troco


01/01/2004

Foto: autor desconhecido.

O resultado da eleição nas Mesas Diretoras de João Pessoa (especialmente), Bayeux e Campina Grande reflete situação clara de que o Grupo Cunha Lima anda aceso e decidido a se contrapor fortemente ao esquema gerado nas principais cidades do estado, com a vitória do PMDB/PSB/PC do B, portanto, não anda morto como insistem alguns aliados do senador José Maranhão.

O caso de João Pessoa, abstraindo valores particulares, é o mais emblemático porque se traduz em derrota na principal cidade do Estado, exatamente onde está um dos mais fortes adversários, ou seja, Ricardo Coutinho, pelos resultados adversos acumulados por Cássio e Cícero nos últimos embates.

É evidente que a eleição se deu num colégio eleitoral reduzido ( 21 pessoas), portanto, não tem abrigo popular, mesmo assim perder a eleição sinaliza para a constatação de vida aquecida entre os opositores de Ricardo, na proporção idêntica de advertência para o novo prefeito no que se refere a redobrar as atenções visando evitar derrotas.

O novo cenário constatado na Câmara de João Pessoa haverá de ser levado muito em conta porque é do Legislativo a capacidade de endosso ou veto de todas as principais iniciativas do Executivo, por isso a se manter com minoria naquele Poder, Ricardo estará fadado a não ter paz na condução das medidas de que tanto precisa implementar.

Há um fator emblemático porque tudo se deu em João Pessoa, na saída do sorridente Cícero Lucena, ontem, no Paço Municipal ( ex-sede dos Correios), quando o esquema político de Ricardo andava convicto de que a vereadora Nadja Palitot seria eleita sem problemas, visto o encontro acontecido no meio da semana do Grupo dos 6.

No caso de Campina Grande, já se sabia de antemão que o grupo Cunha Lima detinha maioria folgada, portanto, a recondução de Romero Rodrigues não se traduziu em novidade, ao contrário.

Já em Bayeux, outro importante colégio eleitoral, a Oposição fez o vereador Fábio novo presidente da Casa derrotando o prefeito Jota Jr e o ex-prefeito Expedito Pereira, do PMDB. Esse resultado denota que o atual prefeito anda com problemas na articulação interna de Governo.

Como síntese, pode-se concluir que no primeiro dia do ano, quem saiu feliz da vida com vitórias especiais foi o Grupo Cunha Lima.

Ricardo traça futuro

O discurso do prefeito Ricardo Coutinho na posse – produzido de sua própria verve – mostrou claramente que ele vai produzir as ações de Governo tendo como pilares a transparência, a democratização do orçamento e a escolha dos melhores serviços por menores preços, tudo isso na direção da gestão popular promovendo projetos que busquem resolver os problemas da Capital.

Antes de agradecer ao apoio da cidade e da militância ao projeto que se consumou elegendo-o prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho lembrou as lutas democráticas de Peregrino de Carvalho e de Anayde Beiriz,

Ele previu problemas, mas disse estar seguro das soluções.

Durante a posse ficou evidente a manutenção do prestigio popular de Ricardo, várias vezes aplaudido.

Bastidores da Capital

A vitória de Severino Paiva consolidou-se no sábado, um dia depois dele ter estado na residência do senador José Maranhão renovando juras de amor.

O argumento usado pelo novo presidente foi de que durante todos os dias da transição nunca que a vereadora Nadja Palitot quis conversar ou abrir diálogo com ele sobre o futuro da Mesa. “Sempre procurou se esquivar e somente ontem, de 2 horas da madrugada, quis falar comigo”.

Paiva disse, entretanto, que aceitou ser presidente para gerar condições de um Legislativo independente para fiscalizar bem as ações do Executivo.

Repercussão imediata

Após ser eleito, por 11 a 10, o novo presidente Severino Paiva com demais membros da Mesa Diretora foram ao Teatro Santa Roza – totalmente tomado – empossar o prefeito Ricardo Coutinho.

Logo ao ser percebido, Paiva enfrentou durante todo o tempo vaias e gestos de pessoas presentes ao teatro chamando-o de traidor.

Em nenhum dos dois momentos em que ele usou o microfone, pode-se ouvir suas palavras diante das vaias.

Reação de Nadja

A vereadora Nadja Palitot ocupou a Tribuna da Câmara, logo após a derrota, para acusar os dois Paiva – Severino e Marconi – de traição nunca vista por razões que ela considerou inconfessáveis.

Nadja Palitot disse que iria pedir a expulsão de Severino do PMDB porque ele não honrava as tradições do partido.

Novos apoios

O líder do Governo na Câmara, Luciano Cartaxo, revelou ao WSCOM Online que a base aliada de Ricardo Coutinho na Câmara deve ganhar reforços nos próximos dias.

-São vereadores que diziam ter compromissos até a eleição deste domingo, mas que a partir de agora estão abertos ao apoio à nossa base aliada – afirmou.

Fala de Cássio

O governador Cássio Cunha Lima tem opinião, como a manifestado ao WSCOM, de que o ano de 2004 terminou com dados positivos, tanto que 2005 começa tendo resultados melhores ainda em favor de seu grupo.

Ele disse que as vitórias nas Câmaras de João Pessoa, Campina Grande e Bayeux traduzem esse novo momento.

– Vamos melhorar muito mais – afirmou.

Umas & Outras

…A tribo indígena Potiguara animou a parte externa do Santa Roza antes da posse.

… Ricardo foi levado ao Paço Municipal, ao sair do Teatro, ao som do hino da campanha e do frevo.

… Os vereadores ligados a Cícero passaram o Reveillon juntos, almoçaram no mesmo lugar e se dirigiram à Câmara numa mesa articulação.

… Nadja Palitot ficou indóssil com o resultado. Paiva disse que ele não tem condições emocionais e morais de conduzir a Câmara.

… Acusou-a de ter pertencido ao grupo de Cícero ganhando dinheiro sem trabalhar.

…Na posse, o prefeito Ricardo não citou o nome do presidente da Câmara nem o cumprimentou no Teatro.

Última

“…Cochilou / o cachimbo cai…”


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