* Dedicado a MILTON NÓBREGA (in memoriam), Sandoval Fagundes, Pedro Osmar, Guy Joseph e Unhandeijara Lisboa.

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      Conheci Milton Nóbrega nos anos 70, através de um teste para trabalhar na Lord Publicidade, de Carlos Roberto. Muito gentil ele me convidou também para um estágio na gráo jornal A União, onde ele coordenou durante anos a área técnica e gráfica daquele importante veículo de comunicação. Anos depois reencontro Milton Nóbrega, muito mais maduro em sua profissão, com currículo referencial. Milton tornara-se uma marca, um nome reconhecido no mundo das artes gráficas.

O Milton Nóbrega que revejo agora, anos depois, é um dos fundadores da Oficina de Propaganda, sócio de Alberto Arcela, outro grande expert da publicidade paraibana. Juntos realizaram grandes projetos capazes de desafiar as melhores peças e campanhas de comunicação do Brasil e do mundo. Milton Nóbrega era como que um Hans Donner (designer responsável pelas grandes logomarcas da Tv Globo); um mestre (tupiniquim) das artes na Paraíba.

As logomarcas deixadas por Milton Nóbrega certamente continuarão de geração a geração marcando a vida de todos nós. Só para relembrar a assinatura de algumas destas mais famosas, vejamos a logo da TV Cabo Branco (filiada da TV Globo), que se insere na vida de milhões de paraibanos desde o amanhecer, passando pela programação do dia a dia a partir de 1995. Também a Cabo Branco FM, Jornal A União, e muito outras. Não só as logomarcas de importantes empresas, como também capas de livros, no que se especializou; outdoors, calendários, panfletos, folders, e diversos outros projetos.

E o que dizer dos envelopes dos laboratórios que entregam seus inúmeros exames aos seus clientes, todos com a impressão das marcas criadas por Milton Nóbrega, e que nos acompanharão além da vida… E a universidade UNIPÊ, com uma arrojada estampa capaz de registrar na memória de estudantes, educadores, e doutores pelo resto de suas vidas; ou a embalagem de uma aguardente de cana, de um álbum de família, um diploma, etc.

Milton Nóbrega era um artista, pessoa simples, inteligente, amigo, sensível. Manuseou as cores que a vida lhe deu no exercício de entrega à profissão, e conseguiu dominar com aperfeiçoamento de seu dom, as formas geométricas (que dava preferência), brincando aqui e acolá com as esferas como quem constrói um olho humano, e ainda lhe dá movimento. Sua inspiração associava-se ao objeto em foco, para expressar através da arte, das cores, da imaginação com invejável técnica e maturação. Além disso, era ainda capaz de consultar a opinião dos amigos, sobre se suas artes estavam ficando boas durante o trabalho de confecção.
Ora, um mestre do mundo da criação capaz de imprimir as grandes marcas de nossas vidas… Partindo agora para a vida astral.

Gil Sabino é jornalista e gestor de marketing.
g.sabino@uol.com.br