Ainda não tive acesso, portanto não li o conteúdo em torno do livro Memorial sobre o inesquecível Otinaldo Lourenço, irmão do brilhante historiador José Octavio de Arruda Melo – do Grupo José Honório – num esforço dedicado de Ione, mulher de fibra e viúva do revolucionário além do rádio paraibano, com lançamento na Academia Paraibana de Letras no “Por do Sol Literário” apresentado pelo gênio irrequieto de Alberto Arcela.

Mas, até onde a vista alcança, Otinaldo Lourenço simbolizou em vida a ousadia de produzir inovação no rádio, através da ARAPUAN AM, ali defronte onde morou Geraldo Vandré, no Centro, com avanços à época dos anos 60 porque rivalizava com a PRI-4 Rádio Tabajara o conteúdo e noticiário quando não havia TV nem muito menos Internet.

Otinaldo Lourenço, depois professor do então DAC (Departamento de Artes e Comunicação) da UFPB sempre com vibrato cheio, à lá Cid Moreira só disputava categoria da voz com Paulo Rozendo, da Tabajara, só que o irmão de José Octavio era mais medonho e empreendedor praticamente implantando o rádio áureo da época.

Até ouvi Ione dizer a Adeildo Vieira que Otinaldo foi quem introduziu a Bossa Nova em solo tabajara, mas a obra do grande mestre esteve em implantar jornalismo qualificado, ao mesmo tempo popular, como havia com a voz singular de Enock Pelágio e Cardivando de Oliveira, mas fazendo escola com “Antena Politica” – programa campeão de audiência.

A rigor, Otinaldo é um personagem de valores múltiplos porquanto noutra fase da vida se dedicou ao Direito advogando para empresas e usinas com performance qualificada.

Aliás, foi um dos monarquistas paraibanos com dedicação à defesa de sua tese já sem ressoar com a predominância dos conceitos Republicanos.

À Ione nossa solidariedade e admiração por realizar antigo sonho de Otinaldo.