Rui Leitão

Jornalista e escritor.

Geral

O Debate que se faz necessário


29/11/2011

Foto: autor desconhecido.

O uso abusivo de drogas tem se constituído nos tempos atuais num dos grandes problemas sociais da humanidade. O tema merece atenção especial de toda a sociedade, em razão dos males que tem causado, estimulando a violência e o cometimento de outros delitos como a prática de roubos e da prostituição. Cada um de nós tem responsabilidade no combate a essa chaga social.

A criminalização das drogas tem se mostrado um meio ineficaz de controle do problema. A ilegalidade torna o tráfico altamente lucrativo, porque faz com que o preço das drogas seja elevado. A proibição estimula o seu uso e a sua distribuição. A dependência à droga e a impossibilidade ou dificuldade em arcar com os seus custos financeiros levam a cometimentos de crimes e infrações.

A lucratividade do negócio com o narcotráfico cresce na medida em que aumenta a repressão ao uso das drogas. Temos uma cultura com manifesta tendência condenadora às drogas, mas o tratamento legal e social que oferecemos a essas situações não tem contribuído para minimizar o fortalecimento das organizações criminosas e a violência por elas praticadas.

É preciso compreender que existem dois tipos de usuários. O viciado, propriamente dito, que se torna agressor de si mesmo, e que merece uma assistência psico-social e médica, e o que se envolve em delitos violentos e outras práticas criminosas passíveis de reclusão. Quando o viciado atinge, com sua dependência química, o direito dos outros merece ser contido.

A abordagem do tema “drogas” deve ser inclusa nas disciplinas da educação formal, com mensagens de alerta aos riscos do consumo nos livros escolares. Deve ser, antes de tudo, um processo educativo, com advertências em ambientes de grande visibilidade, em especial aqueles frequentados por jovens.

Substituir o encarceramento do usuário pela prestação de serviços teria um efeito de reeducação social muito mais eficaz. Jogar o usuário das drogas que não cometeu crimes violentos num xadrez, passando a conviver com todo tipo de delinquente é inclui-lo na marginalidade e transforma-lo num criminoso perigoso e refém das organizações que comandam o narcotráfico.

 


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