Artes

O Claustrum de Flavio Tavares, a Lei Aldir Blanc e mais sobre cultura


08/04/2021

Flávio Tavares transformou seu atelier em Claustrum, sua nova e fantástica obra.

CLAUSTRUM – Palavra detectada do latim, tem vários significados. No caso, o artista paraibano Flávio Tavares escolheu o seu, para fazer o diário da pandemia e contar um pouco da sua história, ou seja, o claustrum familiar. O resultado de vários dias enclausurado na sua obra é qualquer coisa de fantástico, como tudo que tem nos brindado com a excelência de seus trabalhos.

(ver https://www.facebook.com/agendaviva/videos/1133343897093744 )

Flávio Tavares transformou seu atelier em Claustrum, sua nova e fantástica obra.

O pintor paraibano, Flávio Tavares, deu exemplo maior de aproveitamento do tempo da pandemia para produzir mais uma de suas grandes telas. Grandes também no significado de formato, pois, desta vez criou um claustrum, e ficou dentro, cercado pelo espaço a ser pintado. Nele propôs a memória de sua infância, a casa, a família, o labirinto da vida, os degraus, os planos todos em diversos ângulos. Desde o detalhe do cachorro deitado ao lado, como também o acompanha Tupam, durante a produção, e lá estão os escravos servidores da época passada, índios, senhores de engenho, prostitutas, personagens diversos. O fotógrafo (seu avô paterno, Pedro Damião, era um notável fotógrafo e seu pai, Arnaldo, além de renomado médico, dedicava-se, nas horas vagas, ao desenho – a bico-de-pena, tendo publicados vários trabalhos.

A obra contém vários planos em andares suspensos onde se pode contemplar a  Lagoa do Parque Solon de Lucena, o Rio Sanhauá, onde justamente acontece a fundação da Filipéia de Nossa Senhora das Neves (atual João Pessoa), muita natureza, animais voadores e diversos outros detalhes que vão se sucedendo no transcursos da produção, pulando da imaginação do artista para a tela e provocando ao apreciador, a transcendência total.

Quem vê de perto um quadro de Flávio Tavares, é como se estivesse visitando a Oficina museu de Francisco Brennand, em Recife, quando se dá a impressão de estar fora do Brasil e em época distante. É no sentido mais profundo da palavra, uma verdadeira viagem.

Flávio Tavares tem além dessas técnicas todas que adquiriu de estudos, e a experiência que o fez amadurecer, a proeza e agilidade de impor seu traço sem desmerecer os detalhes mais simples do dia-a-dia. E segue registrando na tela com o pincel e cores que ao final vão causar a melhor das impressões. Ver um quadro de Flávio Tavares é dispor de imaginação para bastante tempo além do tempo atual, é entrar no universo que transporta o ser humano ao paraíso dos deuses, da imaginação, é viajar com ele para além do corpo e da mente nos planos celestiais. A obra de Flávio Tavares é simples, perfeita e divina.

 

A Lei Aldir Blanc nada emergencial

Quando aprovada no ano passado, a Lei Aldir Blanc, que deveria ser de auxílio emergencial para a classe artística em tempos de pandemia, causou tremendo alvoroço nos bastidores das gestões de cultura de todo o país. As Secretarias de Cultura não estavam preparadas, não tinham sequer o cadastro de artistas, instituições, teatros, circos, cinemas, espaços culturais e outros. Estrutura zero para atender a distribuição dos mais de 3 Bilhões aprovados. Pois bem, foi aquele corre corre, e com tempo escasso de apenas três meses para cadastramento, aprovação e repasse dos valores ao artistas contemplados, o auxílio chegou na ponta com bastante atraso. Ocorre que sobrou bastante dinheiro. Só na Paraíba, apesar de o Estado ter aplicado mais de 18 milhões, restaram ainda 19 milhões, enquanto na Prefeitura da Capital, paralelamente esse valor foi de 1,9 milhão.

Veio o final do ano e a data máxima de prestação de conta prevista para 31 de dezembro expirou. Agora, já após três meses do novo ano, e permanece o impasse. O Senado aprovou na semana atrasada, estender o benefício até o final do ano, e com isso fazer uso dos valores em caixa. Acontece que todo o processo terá ainda que ser aprovado na Câmara, e ninguém sabe quando isso acontecerá. Ou seja, a cultura continua a pedir esmolas enquanto trava no Governo a burocracia para a liberação dos recursos oriundos de fonte segura já existente. Falta boa vontade e ação política.

 

Funjope

No início da nova gestão municipal a coluna publicou sobre a pobreza porque passam diversos dos nossos artistas e sugeriu a criação de um espaço, uma casa dedicada aos artistas em situação de risco. De imediato a Funjope, através de seu presidente, o escritor Marcus Alves, repercutiu anunciando as providências recomendadas pelo prefeito Cícero Lucena, aproveitando, inclusive, proposta do artista Beto Quirino. Informaram que estavam sendo tomadas as providência – urgentes. Sim, urgentes, porque os artistas continuam nas ruas e pedindo esmola, como Paulo Batera no mercado público de Mangabeira. Hora de buscarmos respostas. A coluna fica a disposição…

 

Prefeitura lança Auxílio Emergencial para a Cultura

O Prefeito Cícero Lucena avançou e propôs auxílio emergencial aos artistas da cultura de João Pessoa, repassando mais de R$700,000, que seriam gastos em eventos culturais, mas que por motivo da pandemia e as paralisações, o valor permanecia em caixa. Resolveu redistribuir a verba de forma sensata o que vale um registro positivo de suas ações.

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