Geral

MARKETING POLÍTICO E LIDERANÇA X PODER


15/08/2014

Foto: autor desconhecido.

            O marketing político traz um conceito lógico que trata a imagem política, de atores no cenário da representação de poder, apoiados por grupos, partidos, câmaras, etc. Dessa forma, expondo dialogo entre representantes do povo e a comunidade eleitoreira no objetivo de melhor representa-la, atendendo seus anseios e necessidades.

O papel do profissional de marketing político, geralmente conhecido por marqueteiro, é identificar através de pesquisas qualitativas e quantitativas, e propor técnicas e estratégias que viabilizem os planos de gestão, inclusive durante a época de campanhas eleitorais, para isso recorrendo ao marketing eleitoral, este sazonal, diferente do marketing político que é praticado em longo prazo construindo imagem e fidelizando relacionamentos.

O marketing político nasce em 1952, nos Estados Unidos, com a campanha de Eisenhower, contratando a agência BBDO, que inicialmente propôs focalizar uma ideia e divulga-la de forma massificadora. Mas para que o marketing político venha funcionar é preciso que o produto em foco, no caso os candidatos e partidos, venham acompanhados de determinados requisitos a fim de serem aceitos pela comunidade social. Assim, funciona para artistas, atletas, empresários, políticos, religiosos, e outros.

Os pré-requisitos a que referimos na política buscam personalidades com histórico de valor, de lutas, de representação. Mais: Bom exemplo, honestidade, respeito, confiabilidade, compromisso, envolvimento, estima, e principalmente liderança. Neste perfil, vamos encontrar em Luiz Inácio LULA da Silva, Dilma Rousseff, Obama nos Estados Unidos, Gandhi, Mandela e outros; e mais proximamente Miguel Arraes e Eduardo Campos e Jarbas Vasconcelos em Pernambuco, Antônio Mariz, Ronaldo e Cassio Cunha Lima, José Maranhão, e outros na Paraíba; apenas para entender perfis diversos e suas características capazes de marcar na política por serem aceitos com aprovação acima da média. São apenas exemplos, cada um com seus estilos pessoais.

O que um profissional de marketing não oferece a seus clientes políticos são resultados mágicos. Nem os conhecidos Duda Mendonça e Nizan Guanaes, Lavareda ou Fernando Veloso, este último, recentemente afastado da campanha do candidato paraibano a reeleição ao governo do Estado, Ricardo Coutinho, por divergir de seu comportamento e ideologias. Ora, se o candidato não dispõe humor, carisma, estima, educação e ética, compatíveis com um comportamento positivo, com o que o povo espera receber de sua representação; dificilmente isto será produzido em laboratório. Um dia a máscara cai por terra e este se sentirá sozinho.

Nas eleições não há um Código de Defesa do Eleitor, como há o Código de Defesa do Consumidor, para quando este adquire um produto e resolve troca-lo ou devolve-lo. O eleitor terá de engolir a quem foi eleito e sofrer todos os processos durante quatro ou oito anos. Sua única arma será o voto.

Já o candidato, além de enfrentar a concorrência e mesmo que aceite indicação técnica sugerida por assessores de campanha e profissionais de marketing para ampliar positivo a sua imagem, deve buscar a confiabilidade do povo através da cumplicidade com seus anseios, com suas necessidades urgentes de demanda. Foi isso que Lula percebeu, focando e promovendo e dialogando com as mais distantes camadas da população e convidando-as à inclusão social de classes para elevar o padrão do Brasil.

Em marketing isto estaria intimamente ligado ao processo sociológico em que o Max Weber (1864 – 1920), define no livro “A Teoria da organização econômica e social”, como liderança a partir da Autoridade, que compreende levar pessoas a fazer de boa vontade o que se deseja por causa da influência pessoal. Justamente o contrário de uso do Poder, que traduz como uso da faculdade da força ou coação a alguém para fazer sua vontade, por causa de sua posição ou força, mesmo que a pessoa preferisse não o fazer.

O marketing político coloca as diretrizes a que devem posicionar os candidatos, atualmente com foco na pessoa. Lembrando que Liderança não se encontra a venda no mercado.

Gil Sabino é jornalista e gestor de marketing.
g.sabino@uol.com.br


O Portal WSCOM não se responsabiliza pelo conteúdo opinativo publicado pelos seus colunistas e blogueiros.
Os comentários a seguir são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.
// //