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FOLIA DE RUA, CENTRO HISTÓRICO E ECONOMIA


06/11/2017

Foto: autor desconhecido.

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             Na Semana que se passou fomos convidados a participar de reunião da Associação Folia de Rua, na qual estivemos presentes representando o Bloco dos Imprensados, da API – Associação Paraibana de Imprensa, e Confete e Serpentina, do grupo WSCOM, este com a presença do presidente, jornalista Walter Santos.
A pauta discutiu entre outros assuntos a abertura com presença da artista Cláudia Leite, na Via Folia – que vai do bairro Miramar à praia de Tambau, o impacto que isto traria; enquanto por outro lado a preservação do desfile no Centro Histórico, patrocínio, etc.


De nada adianta o debate sem que se conte com o apoio e a decisão do prefeito para se bater o martelo. Passa pelo gabinete do Senhor Prefeito, o destino do que será o Folia 2018. Se a prefeitura agir com inteligência irá buscar uma forma de contemplar tanto o público como os patrocinadores e a cultura em geral. Cláudia Leite ou qualquer outra atração nacional levam público capaz de esvaziar outros locais e isso é óbvio. Mas se atentarmos para nossos valores como Lucy Alves, Elba, Chico César, Gonzaga, etc., já temos aí um outro elenco de artistas só paraibanos com peso nacional. É preciso colocar em pauta e chamar os patrocinadores e fazer uma boa campanha de comunicação e valorizar tudo isso.


Assim tem sido em Recife, artistas nacionais e pernambucanos que dividem o palco do Carnaval. Também a Bahia, Fortaleza… Mas é preciso inteligência para a gestão do evento. Debater as possibilidades de forma sensata, equilibrada.
Em outra oportunidade falamos aqui sobre isso, de valorizar a cultura, o patrocinador, as empresas, a presença da Imprensa gerando horas imagens para o turista, valorizar a cidade. E temos que cuidar pra não deixar cair o Muriçocas – vejam o exemplo do Galo da Madrugada, em Recife, o maior bloco de rua do mundo segundo o Guiness Book. O Muriçocas tem sido ameaçado e é ainda nossa maior bandeira. Se cair, isto afetará toda a imagem do pré-Carnaval.


É importante abraçar o Pavilhão do Chá, oxigenar o Centro Histórico, revitalizar (dar nova vida), com os blocos desfilando pela Praça João Pessoa, Visconde de Pelotas, Duque de Caxias, General Osório, Praça Antenor Navarro, etc. Propor uma decoração com grandes pórticos, painéis, produtos e marcas. Promover figuras do nosso Carnaval como Livardo Alves, Elba, Jadir Camargo, Maestro Duda, Vilô, Jackson do Pandeiro e outros. Um grande Polo do Centro Histórico. Isto movimentaria a economia, aumentaria a autoestima da comunidade. É ali, justamente no varadouro, onde passam todos os ônibus da cidade. Parada obrigatória. Ponto convergente com opção de divertimento, lazer, comércio, arte e cultura.


Outro Polo, a Via Folia, e também noutros bairros. É imprescindível perceber a demanda crescente que há hoje em João Pessoa. Bairros autossustentáveis como Mandacaru, Geisel, Mangabeira, Bancários, e o Bessa, só para citar alguns.


Durante anos vivi principalmente a experiência de Recife, acompanhando negociações, montagens, desenho dos grandes eventos, etc. Com o esgotamento dos grandes centros, dá-se natural a tendência de uma demanda de bairros, espaços a serem cuidados, onde precisa manutenção, investimento, energia, gás, vida, economia. Não há centros sem periferia. É, repito, uma tendência. Em Recife são mais de vinte polos com ótimas atrações e tudo funciona. E as grandes marcas como Caixa, Banco do Brasil, AmBev, Asa, Vitarella, etc., estão todas lá inseridas no contexto para realizar uma boa festa. Ganham todos e movimentam milhões.
Mas tudo isso requer trabalho inteligente, trabalho profissional. A hora é de convidar para a mesa o prefeito Luciano Cartaxo, o presidente e vice da Funjope, Maurício Burity e Jonildo Cavalcanti, o Secretário de Comunicação, Josival Pereira, o presidente do Folia, Bola Nonato, as rádios e TVs, Empresas, instituições, Comércio e outros interessados.


Hora de por amor e energia, inteligência, trabalho, que a coisa acontece. O Produto e a demanda existem, e as marcas estão dispostas a investir, e participar. Precisa embalar e profissionalizar. Hora de despertar para um mercado potencial interno e com excelente atrativo turístico.


Gil Sabino é jornalista e gestor de marketing cultural – g.sabino@uol.com.br
 


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