Geral

DO VINIL AO STREAMING


03/09/2017

Foto: autor desconhecido.

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               Nesta terça-feira, 5.9, acontece em João Pessoa um debate cultural em torno da produção da música brasileira e sua evolução, com presença de Wilson Souto Jr., de São Paulo, um dos mais renomados produtores de discos do país, fundador do teatro de vanguarda Lira Paulistana (Leia-se: Arrigo Barnabé, Tetê Espíndola, Itamar Assunção, Premeditando o Breque, Titãs, entre outros nomes), ex-presidente da Warner Continental, e atual diretor presidente da Atração Fonográfica e ABMI – Associação Brasileira de Música Independente. A mesa será composta também com outros grandes nomes do jornalismo cultural paraibano como Walter Santos (Grupo WSCOM), Carlos Aranha (APL e A União), Carmélio Reinaldo e Maestro Carlos Anísio (UFPB), Gi Ismael (TV Cabo Branco), Jamarri Nogueira (Radio Tabajara e Funesc), André Cananéia (CBN e CMJP), e Olga Costa (Tabajara). O evento é uma produção da AGENDA Viva-WSCOM com apoio do CCTA –UFPB e diversas outras marcas, e tem programação para o Cine Aruanda, – CCTA –UFPB, a partir das 19 h. com entrada gratuita.


O negócio da música é em todo o mundo um grande empreendimento com investimento internacional que abrange quase todas as áreas da arte e da cultura como cinema, teatro, internet e muito outros, mexe com Direitos Autorais e com o PIB. No passado a música era consumida entre pequenos públicos. Sua escala foi dando vez à introdução de vários instrumentos até a formação das grandes Orquestras, bandas, etc. Os veículos para distribuição foram também atualizados com tecnologias cada vez mais avançadas como a amplificação, rádio, televisão, discos de cera para tocar em gramophones, discos de vinil, fitas k7, CDs e DVDs, até a era digital com o Streaming. O negócio da música incrementa toda uma cadeia de produção desde os compositores, músicos, arranjadores, cantores, produtores artísticos, empresários, gestores, fábricas, e tudo o mais. A música está na vida e em todo lugar do nosso planeta.

Do Vinil ao Streaming, através da fala de Wilson Souto JR., vem trazer para a cena atual um debate sobre a nossa riqueza cultural, a forma como consumimos e como produzimos a nossa música e nossos potenciais de mercado. Mais ainda, vem cutucar investigando os fatores que atrasaram nosso mercado a partir da Lei do ICMS, de 1986, que favorecia as multinacionais velando todo um acervo cultural nacional. wILSON Souto Jr., é como ninguém, um dos maiores conhecedores da música regional brasileira de norte a sul, leste a oeste. Já produziu MPB, jazz, forró, axé, brega, samba, pagode, roque, reggae, e tudo o mais que se possa imaginar, tendo inclusive cases internacionais como a lambada, que estourou nas paradas musicais do mundo inteiro.

Segundo Wilson Souto Jr., “ O Brasil é um país musical e consome seu mercado interno. Mas poderia ser exportador de cultura através da música. O mundo agora é uma aldeia e o mercado mundial quer o nosso mercado. Temos que difundir a música criada pela nossa cultura oral, regional, popular, e mostra-la ao mundo. Ela é poderosa.” Mais adiante questiona a Lei do ICMS, que incentivou as multinacionais a investir e ganhar espaço no Brasil, um dos maiores mercados do mundo, em detrimento da nossa cultura. Wilson Souto diz que a MPB é um câncer, quase um partido político que massacra a criatividade de nossa gente. É um bloco hegemônico que tem muita porcaria dentro. E não representa integralmente o nosso país”.
Naturalmente é a palavra de um bom conhecedor do Brasil, para quem é necessário investir na viola, no batuque, maracatu, todos os ritmos regionais brasileiros de norte a sul potencializando a música para consumo mundial. É nisso que ele acredita, é nisso que apostamos.

Do Vinil ao Streaming é um breve histórico da evolução dos "suportes" que embalaram e embalam o material sonoro (fluxo sonoro), apresenta uma visão do fortalecimento interno de nossa industria cultural e o potencial de exteriorização de mercado para a música brasileira.
Haverá ainda uma Exposção Temática da Oliver Discos, com gramophone, radiola de fichas, eletrofone, LPs, CD, e outros objetos. Vale participar.


Gil Sabino é jornalista e gestor de marketing.
g.sabino@uol.com.br
 


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