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CULTURA COMO MARKETING, ATÉ QUANDO NOSSAS MIGALHAS?


17/06/2014

Foto: autor desconhecido.

        Marketing significa negócios, mercado, troca. Hoje em dia, tanto a educação quanto a cultura, e até esportes, turismo, etc., são tratados dentro dessa area do marketing, junto à suas ferramentas para sustentação, para aplicação de suas ações atendendo as necessidades da sociedade. Por isso, é necessário mecanismos para aplicar as novas técnicas e atualizar as gestões em torno do assunto.

Nas diversas metrópoles do mundo esse assunto é naturalmente recebido com atenção especial. Foram os artistas que de uma ou outra forma ampliaram as relações culturais, divulgaram suas sociedades, expandiram o debate educacional, cultural, etc. Nas artes, pintura, literatura, música, teatro, cinema, televisão, e todos os demais meios de expressar e comunicar, lá estão os artistas. Picasso, Sheakspeare, Beethoven, Walt Disney, Charles Chaplin, Elvis Presley, Beatles, Carmen Miranda, etc. Não é diferente na Paraíba, nem Pernambuco, São Paulo ou New York.

Só para refrescar a memória, quando se fala em Zé ou Elba Ramalho, Jackson do Pandeiro, Sivuca ou Chico Cesar, logo é lembrado o nome do estado origem, Paraíba, destes representantes da música popular. Luiz Gonzaga e Dominguinhos, Alceu Valença, Lenine e Nando Cordel enobrecem Pernambuco; Fagner, Chico Anísio, Renato Aragão, o Ceará; Alcione o Maranhão, Fafá de Belém; Gilberto Gil, Caetano Veloso, Ivete Sangalo, a Bahia; Tom Jobim o Rio de Janeiro e Brasil, e assim vai… Então, os artistas são expoentes, representantes espontâneos, cada um, de suas pátrias, de suas origens e isso eleva o nome da cidade, do país. Há ai, a troca de informação, e torna-se um atrativo, ampliam-se plateias, desenvolvendo a arte e a cultura e os negócios dos estados.

Associado a divulgação e mídia espontânea através da arte, da música, e outros meios, os negócios são expandidos em outras áreas como turismo, esporte, desenvolvimento. É impossível dissociar a ideia do artista ou atleta como símbolo que eleva a sua terra natal. Por esse entre outros motivos é que os gestores, os que administram cidades, deveriam dar maior suporte aos artistas. São estes os representantes legítimos, espontâneos, que tornam ricos, que enobrecem e destacam o lugar, e com isso atraindo negócios, movimentando economias, sugerindo eventos e outros processos de desenvolvimento.

A cultura de Pernambuco é hoje assunto obrigatório nas pautas de governo. Em São Paulo assistimos a 22ª Bienal Internacional do Livro, a semana Design Week que leva artistas para as ruas, para estações de trem e metrô, entre outras ações. O esporte, o turismo, o mundo dos negócios está aí, claramente gritando à nossas portas que há um envolvimento importante dos artistas, dos gestores, de seguimentos da sociedade.

Enfim, lamentamos assistir a nossa terra natal, a Paraíba, auto equivocar-se, divulgando, por exemplo, migalhas como investimento em cultura quando Pernambuco, o Estado vizinho, e liderado por gestores do mesmo partido governamental, anunciam milhões. Lamentamos ainda, discussões primárias como esta recente em torno da realização, e proibição, de eventos juninos na praia de Tambau, um ambiente já testado e aprovado pela população e turistas. Até quando?

Gil Sabino é jornalista e gestor de marketing.                                                                                                      g.sabino@uol.com.br


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