Rui Leitão

Jornalista e escritor.

Geral

Como a Paraiba viveu o ano de 1968


02/01/2012

Foto: autor desconhecido.

Muito já se escreveu sobre o ano de 1968, o ano que mudou o mundo. Aconteceu uma verdadeira revolução de mentalidade. A geração que viveu aquele ano assistiu a sociedade passar por várias transformações, em todos os segmentos. Um tempo da história universal em que tudo se questionava, os paradigmas foram quebrados, os costumes foram modificados. A palavra de ordem era contestação. 1968 nos deixou um legado cultural e político importante.

No Brasil vivíamos uma ditadura militar recém instalada, por isso aqui, mais do que em qualquer lugar, os movimentos ganharam forma de antiautoritarismo. O inconformismo se expressava nas manifestações públicas, nos filmes, no teatro, nas letras das músicas, na imprensa, no comportamento da juventude. Era como se cada acontecimento tivesse o poder de contágio coletivo.

Fui contemporâneo desse momento histórico. Guardo recordações de vários eventos ocorridos na Paraíba em que pude participar e ter notícia em tempo real.

Passei algum tempo pesquisando os jornais da época, não só para relembrar fatos, como na intenção de registra-los para promover um resgate histórico de como a Paraíba viveu o ano de 1968, principalmente no que diz respeito ao movimento político estudantil e a produção cultural. Me entusiasmei com o resultado da pesquisa.

Tentarei durante todo este ano, obedecendo a cronologia dos acontecimentos em 1968, dar conhecimento público de tudo o que vivenciamos naquela época aqui no nosso Estado. Espero assim estar contribuindo para que as atuais gerações possam compreender como nós paraibanos fomos também protagonistas de um dos mais importantes períodos da nossa história.

Claro que terei sempre como base os registros colhidos nas páginas dos nossos jornais. O trabalho seria mais completo com depoimentos das pessoas que fizeram essa história. Muitos estão vivos e poderão se manifestar a respeito. Ficarei agradecido em receber de cada um deles depoimentos, informações complementares, observações críticas, de cada fato relatado.

Na verdade, muito mais do que um documento histórico, as narrativas que farei a partir de então, na condição de colunista do wscom, serão uma provocação para o debate e um convite aos atores do tempo a se pronunciarem enriquecendo-nos de informações e ajudando-nos a compreender melhor tudo o que aconteceu em 1968, particularmente na Paraíba. Gerar discussões, contextualizar, colher opiniões, promover reflexões, são os objetivos a que nos propomos. Tomara que possa alcançar o propósito a ser perseguido.
 


O Portal WSCOM não se responsabiliza pelo conteúdo opinativo publicado pelos seus colunistas e blogueiros.
Os comentários a seguir são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.
// //