Walter Santos

Multimídia e Analista Político.

Geral

Cássio vai ao confronto


21/08/2007

Foto: autor desconhecido.

BRASILIA – Não foi somente nesta terça-feira, em plena inauguração de creche em João Pessoa, que o governador Cássio Cunha Lima resolveu expor o empresário Roberto Cavalcanti como principal motor e esteio do cenário político – jurídico vinculado à Oposição, além de provocador-mor da sua cassação motivada, entre outras coisas, – segundo o chefe do Executivo – “reprodução de inverdades continuadas assimiladas indevidamente” e “pela intimidação dos métodos do novo modelo de coronelismo eletrônico”.

Para falar (escrever) a verdade, poucos na Paraíba têm tido a coragem de confrontar-se contra o poderio do Sistema Correio de Comunicação representado por seu maior líder, Roberto Cavalcanti, desde que os Diários Associados foram destronados da liderança de veículos impressos no Estado, antes sob o comando de Marconi Góis de Albuquerque.

A tese do governador se esposa na condição do empresário ser primeiro suplente do senador José Maranhão, logo principal interessado em ver o também ex-governador assumir o Governo para, na seqüência, ascender de vez ao Senado.

É por conta dessa condição, insiste e repete Cássio, que o empresário instrui sua rede de comunicação para pressionar a Justiça, inclusive no atual processo recém votado no Tribunal Regional Eleitoral, e as mais instancias da sociedade utilizando-se, renovou o governador, “ de todos os expedientes possíveis de intimadação deixando a sociedade refém dos interesses do Correio”.

Mas, segundo Cássio, “esta realidade não pode mais continuar com muitos setores da sociedade acovardados por um Sistema que instituiu uma nova forma de coronel eletrônico, mesmo sendo detentor de dezenas de processos contra ele, sem que ninguém, nem mesmo a justiça, trate de dar celeridade”.

Trocando em miúdos, o governador resolveu assumir novamente um relacionamento fortemente critico, e politicamente contundente em relação ao Sistema Correio, não mais na direção dos profissionais ou de instâncias secundárias, e sim tendo Roberto Cavalcanti como seu alvo principal.

O governador vai mais além: diz que a sua conduta não se conflita com a natureza das liberdades de expressão porque, como costuma teorizar, “o Sistema Correio há muito deixou de ser uma estrutura de comunicação para se transformar em aparato político – partidário afastando-se da ética para com mentiras repetidas querer transforma-las em verdades, como se deu neste recente processo”.

De fato, este é um cenário preocupante porque acentua a possibilidade de radicalidade extremada, mesmo que o governador tenha tomado a decisão de ir ao último degrau da vida democrática para “desmascarar esse coronelismo eletrônico que tenta ameçar e intimidar a Paraíba”. O Sistema, por enquanto, ainda não manifestou que caminho tomará.

Desta forma, a história do Correio vai ter de conviver a coragem que tem Cássio – que bem o diga Marconi Góis, certamente que levando Roberto Cavalcanti a ter de refletir bem sobre o personagem destemido como nunca ele poderia imaginar ter de se deparar novamente.

O clima é de guerra.


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