Ana Adelaide

Professora doutora pela UFPB.

Geral

2003: RESUMO DA ÓPERA    


28/12/2003

Foto: autor desconhecido.

Diz o povo que nada como um dia atrás do outro com uma noite no meio. E é verdade! Outro dia cheguei no trabalho borocoxô, tristonha com a vida, e cabisbaixa. Deixei correr o rio…No dia seguinte cheguei no mesmo trabalho já mais alegrinha e no meu escaninho estava lá guardadinho um presente lindo de um colega de trabalho. Um livro que há muito desejava: Durante aquele estranho chá de Lygia Fagundes Telles, e o melhor, autografado para mim pela autora.

Dei pulos de alegria, pelo presente, pela lembrança e pela surpresa. Tem coisa mais deliciosa que uma boa surpresa? Obrigada Jeová ! Não, não mudei de religião, Jeová é o meu colega. Lembrei do dia anterior, e de como é bom a gente ter consciência de que tudo passa, tudo melhora, e que a vida é linda com esses altos e baixos.
    
É essa sensação de superação, de alegria, e de olhar longe no horizonte…que gosto de ter no ano novo. Mais um prato de lentilhas e sete pulos nas ondas do mar. Por vezes o ano começa tão ruim, tudo escuro mesmo. 2003 acho que foi assim: muita mudança, novo governo- e viva LULA!; caminhos por terminar e outros por começar… E graças a Deus ele termina. E termina com esse pulo de trampolim!

Um pinote! Uma cambalhota! Se não de felicidade, mas de encontro, de busca, de transformação. E que orgulho e força que sentimos em nos saber capazes, poderosos de administrar os baques, os saltos, e as realizações.
    
Este foi o ano em que assisti dois dos melhores filmes da vida: Fale com Ela, de Almodóvar, e As Horas, de Stephen Daldry, este último além da beleza ainda me possibilitou um projeto de Doutorado. A dança de Pina Baush, a canção de Caetano, a condição feminina, Virginia Woolf, e as horas de um único dia na vida de uma mulher – Mrs. Dalloway – povoaram o meu pensamento nas minhas horas de 2003.

O amor, a lealdade, o casamento, o prazer, a existência e o cotidiano feminino, os relacionamentos: homem- mulher; mãe –filha; mãe-filhos; amiga-amiga; e tantos outros encontros…O ato da criação, o escrever, o imaginar, o perambular, `a falsa vagabundagem lírica´ de Lya Luft, chupar rolete em Tambaú, e também a solidão, e o mergulho interior, foram outros presentes/desafios de 2003.
    
Sei que tivemos guerras, terror, desemprego, perdas e danos! Tivemos também a reforma tributária, a da previdência, e outras tantas reformas, e o choro do Lula. Mas é hora de pensar nas nossas reformas pessoais, e no nosso choro, até mesmo de alegria. Pois sim, com tantas `pedras pelo meio do caminho´, é hora de um brinde à nossa saúde, e principalmente à vida, que segundo Lou Salomé: `Não te enganes. A vida vai tratar-te mal. Portanto, se quiseres viver tua vida, vai, e toma-a´. Em 2004, que cada um tome tua vida pelo braço e ainda como disse a escritora americana Edith Warton: `Se pelo menos não vivêssemos tentando ser felizes, até que poderíamos nos divertir bastante.´

DIVIRTAM-SE! e FELIZ ANO NOVO!


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