Para João Manoel de Carvalho e Dr. Francisco Pinto

Se reparar direito, a trajetória do gaúcho Leonel de Moura Brizola só não foi do tamanho maior do Brasil porque a Elite Paulista liderou em nível nacional a resistência ao modelo nacionalista do ex-governador do Rio Grande do Sul somente aceito na então condição cosmopolita do Rio de Janeiro ao abrigá-lo como jamais São Paulo admitiu.

A Democracia e, sobretudo, a educação brasileira devem muito às lutas empreendidas por Brizola desde a reação do Rio Grande do Sul na Cadeia da Legalidade para a posse do vice-presidente João Goulart na Presidência da República em 1961 até toda sua trajetória em defesa da soberania nacional como poucos fizeram.

Brizola, em tese, herdou a chama e conquistas nacionalistas sem os apetrechos ditatoriais de Getúlio Vargas mobilizando uma Frente Nacional voltada a apresentar um modelo de soberania e de investimentos na educação, cujo processo começou a se efetivar a partir dos CIEPs ao lado de Darci Ribeiro.

Ao longo da vida, sobretudo nos anos 70 diante da retração visível da Esquerda com o emagrecimento político e eleitoral do PCB e PC do B, somente a existência do PT a partir de 1980 com a força do ABC Paulista e sua maior estrela, ainda hoje Lula, é que Brizola passou a ter concorrente com proposta de mudanças no País pela pauta dos Trabalhadores.

Em síntese, em pleno Centenário de Leonel Brizola neste sábado se faz importante lembrar às novas gerações tão tomadas de poucas leituras e interesse pela história, que o Brasil deve muito à essência de luta deste gaúcho reformista e gigante na defesa de nossa soberania.