O senador Cássio Cunha Lima (PSDB) evitou rebater diretamente as duras críticas proferidas contra ele pelo governador Ricardo Coutinho, na última sexta-feira (7). O tucano participou da reunião da Frente pelo Desenvolvimento de João Pessoa, em hotel da Capital paraibana, nesta segunda-feira (10), e, em contato com a imprensa local, disse que não iria “ficar batendo boca com Ricardo”.

“Eu não vou ficar batendo boca com Ricardo, que vive disso. Ele tem esse estilo, ele que cuide dos processos que responde na Justiça Eleitoral porque ele praticou crimes graves na eleição. Eu confio que pelo menos julgamento nós teremos, o pior processo é aquele que é julgado, a pior Justiça é aquela que não presta serviços jurisdicionais. Então não podemos ter um Estado em que uns são julgados e outros não, e, sobretudo, você tem o precedente, insisto, de minha cassação”, disse Cássio.

O senador se referiu ao processo que lhe tirou o mandato de governador, em 2008, sob a acusação de ter distribuído 35 mil cheques a cidadãos carentes durante a campanha eleitoral de 2006, por meio de programa assistencial da Fundação Ação Comunitária (FAC), vinculada ao governo estadual.

“Não fui cassado por corrupção ou por malversação do dinheiro público. Tínhamos um programa social e foi entendido que interferiu no resultado da eleição. E o Empreender [Paraíba], o que é que houve?; e as demissões que foram feitas por perseguição política, e substituições por aliados e cabos eleitorais no processo eleitoral?; e as despesas com publicidade?; Então, inclusive, essas ações foram juntadas. Não são pleitos apenas da nossa coligação, é o Ministério Público Federal que está pedindo a cassação do mandato pelo que está previsto em lei, e a lei deve ser cumprida para todos”, concluiu.
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“Desserviço”
Na última sexta-feira (10), o governador Ricardo Coutinho questionou as intenções do líder do PSDB no Senado Federal, Cássio Cunha Lima, de pedir a realização de novas eleições presidenciais no país. De acordo com o socialista, o parlamentar paraibano apresenta um discurso “vazio” e “falso moralista”.

“Eu apoio a preservação das regras democráticas, eu apoio aqueles que, por ventura, tenham vencido a eleição, governem. A presidenta venceu as eleições, precisa governar. O que o senador Cássio vem fazendo é um desserviço ao Brasil. Ele não tem noção das coisas que anda pregando. Ele quer subverter a ordem não do ponto de vista da melhoria, não do ponto de vista da evolução das coisas, ele quer subverter a ordem com um discurso vazio, falso moralista, onde não se sustenta uma vírgula do que diz, e acha que vai numa tribuna derrubar um governo que foi eleito”, disse o governador.