O ator Zé de Abreu se manifestou com contentamento após o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) transformar a atriz Cássia Kis em ré por homofobia. A decisão veio após declarações da atriz em uma entrevista a Leda Nagle, em 2022, nas quais ela teceu comentários considerados preconceituosos contra pessoas transexuais, informa Fábia Oliveira, do Metrópoles. O pedido foi acatado pelo Ministério Público Federal (MPF) em resposta à queixa-crime apresentada pela Articulação Nacional de Transgêneros (Antra) e por Zé de Abreu, que é pai de uma mulher trans de 23 anos.

Zé de Abreu não escondeu a satisfação com o avanço judicial no caso. “Eu me senti extremamente ofendido. Acho que está na mão da Justiça, vou confiar que a Justiça haja como achar mais conveniente”, expressou o ator, reforçando seu repúdio às declarações de Cássia Kis. Ele destacou ainda o impacto negativo dos comentários, especialmente pelo fato de a atriz estar, à época, em um papel de visibilidade na novela “Travessia”, da TV Globo. Para ele, “falar isso abertamente tem um peso enorme” em um país como o Brasil, onde as taxas de violência contra pessoas trans são alarmantes.

As falas de Cássia Kis que geraram a ação foram proferidas em outubro de 2022, enquanto interpretava a vilã Cidália em “Travessia”. Na entrevista, Cássia afirmou que as relações homoafetivas seriam responsáveis por “destruir a família” e fez acusações sem provas sobre a suposta promoção de “ideologia de gênero” nas escolas. “Não existe mais o homem e a mulher, mas mulher com mulher e homem com homem”, disse a atriz, questionando ainda sobre como “a vida humana” se manteria diante de tais relações.

Diante da repercussão, Zé de Abreu enfatizou sua expectativa pela punição exemplar no caso, lembrando que comentários como os da ex-colega intensificam o preconceito. Ele acrescentou que a atriz “não conhece nada de sexualidade” e “demonstra uma ignorância absurda” sobre o tema. Segundo a ação, Cássia Kis poderá enfrentar uma multa de até R$ 1 milhão caso a Justiça considere sua conduta prejudicial aos direitos humanos e sociais.

Até o momento, a defesa de Cássia Kis não se pronunciou oficialmente sobre o processo, nem sobre as declarações de José de Abreu.