Internacional

Brasileiros barrados em porto dos EUA podem ter sofrido “discriminação”, afirma

Constrangimento


05/02/2013



Os nove tripulantes brasileiros do cruzeiro Costa Deliziosa, impedidos no último fim de semana de desembarcar no porto de San Pedro, em Los Angeles, “aparentemente” foram vítimas de discriminação por parte do órgão de imigração dos Estados Unidos.

Essa é a opinião do secretário do consulado do Brasil em Los Angeles, o diplomata Leonardo Valverde, que está tratando do caso junto às autoridades norte-americanas.

No último sábado (2), ao menos nove brasileiros que trabalham no cruzeiro Costa Deliziosa, do grupo Costa Cruzeiros, foram impedidos de desembarcar no porto que dá acesso à cidade de Los Angeles, na costa oeste norte-americana. Além deles, tripulantes de outros 14 países não foram autorizados a descer.

Em entrevista ao R7 na noite de segunda-feira (4), Valverde disse que, de acordo com as primeiras informações do caso, barrar os brasileiros “nos pareceu [uma medida] discriminatória”, já que tripulantes europeus e africanos puderam descer do navio.

Nove tripulantes brasileiros são barrados no porto de Los Angeles

Tráfico de drogas e assassinatos levam brasileiros à cadeia no exterior

Segundo Valverde, a decisão de barrar parte dos funcionários do Costa Deliziosa partiu do US Immigration and Customs Enforcement (ICE), órgão de segurança interna dos Estados Unidos para imigração e aduana.

— Estamos em contato com as autoridades norte-americanas, mas ainda não sabemos as razões [do impedimento].

15 países na lista

O paulistano Osíris Pietro Cavalcanti da Silva, de 25 anos, que trabalha como dançarino no cruzeiro, contou ao R7 que o problema começou na manhã do sábado (2), quando o navio atracou no porto de San Pedro. Após ajudar os turistas a desembarcar, os tripulantes foram impedidos de entrar em Los Angeles pelos seguranças do próprio navio.

Segundo Cavalcanti, na mesma manhã, um e-mail da Costa Cruzeiros foi fixado “no mural de avisos” do cruzeiro com a lista das 15 nacionalidades dos tripulantes impedidos de desembarcar. Todos os países são da América Latina e Ásia, incluindo Brasil, Chile, Colômbia, Índia e China.

Ainda de acordo com o dançarino, o caso ocorreu dois dias após os nove brasileiros que trabalham no cruzeiro terem desembarcado sem problema no porto de San Diego, também na Califórnia. O navio chega nesta terça-feira (5) a San Francisco, ainda no mesmo Estado.

— Nós queremos saber o motivo dessa discriminação. Por que só os tripulantes desses 15 países não puderam desembarcar?

Cavalcanti conta que conseguiu o visto de entrada nos Estados Unidos junto ao consulado norte-americano em São Paulo. Ele ressalta ainda que, após desembarcar em San Diego, na quinta-feira (31), teve o passaporte carimbado.

— Recebi um carimbo que me autoriza a ficar 29 dias em solo americano.

Como o navio deve atracar hoje em San Francisco, autoridades brasileiras na cidade foram alertadas sobre o ocorrido em San Pedro.

De acordo com o secretário do consulado brasileiro em Los Angeles, Leonardo Valverde, o mesmo procedimento será tomado com relação a Honolulu, capital do Havaí, que também está na rota do Costa Deliziosa.

— O consulado não tem autoridade para reverter ou interferir na decisão dos EUA, mas queremos entender o que aconteceu para evitar que volte a acontecer.

Por meio de nota, o grupo Costa Cruzeiros confirmou que os tripulantes foram barrados em Los Angeles, mas sem citar o número de funcionários ou nacionalidades afetado. Segundo a empresa, a decisão partiu da "autoridade migratória local".

O Costa Deliziosa saiu de Savona, na Itália, em 6 de janeiro. A embarcação, que possui 1.130 cabines, quatro restaurantes, cassino e spa, já passou por cidades da Europa, Caribe e México. Ele deve retornar à cidade italiana em 16 de abril, após fazer a volta ao mundo em cem dias.

*colaborou Natália Guerra



Os comentários a seguir são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.
// //