Futebol

Botafogo quebra escritas, bate o Fla por 2 a 0 e vai à final da Taça GB

Carioca


03/03/2013



 Uma vitória implacável do primeiro ao último minuto. Assim foi, de forma emocionante, o triunfo do Botafogo sobre o Flamengo por 2 a 0, neste domingo, no Engenhão. Com um gol de Julio Cesar logo no lance inicial e de Vitinho no fim (aos 48), garantiu vaga na final da Taça Guanabara e quebrou um jejum de quase três anos sem vencer o rival. Os últimos três pontos haviam sido em 18 de abril de 2010, nos 2 a 1 da cavadinha de Loco Abreu que garantiram a Taça Rio e o título carioca. Isso no Maracanã.

Ainda por cima, essa vitória é a primeira sobre os rubro-negros no Engenhão, justamente no dia do aniversário de Zico. E dois personagens, além dos autores dos gols, não podem ser esquecidos no triunfo alvinegro. O goleiro Jefferson, que puxou o contra-ataque para o segundo gol, de Vitinho. E o camisa 10 Seedorf, que com experiência comandou a equipe nos momentos mais críticos na partida.

A torcida alvinegra que compareceu ao Engenhão – cuja renda foi de 831.380,00, com público pagante de 17.554 pessoas e presente de 21.545 – já começou o domingo feliz por conta da vitória alvinegra sobre o Flamengo por 2 a 1 também no sub-20, também neste domingo.

Agora, ao Flamengo só resta a Taça Rio para ter esperanças de chegar à decisão do Campeonato Estadual. O time não perdia desde outubro, quando foi derrotado por 3 a1 pelo Corinthians, no Campeonato Brasileiro.

Gol veloz
O primeiro tempo já terminara com vitória incontestável do Botafogo. Sob comando de Seedorf e Lodeiro, o time alvinegro foi superior desde o primeiro minuto, quando abriu o placar sobre uma equipe que sequer conseguiu dar um chute a gol em 45 minutos. E o Flamengo, que entrou em campo com o nome de Zico às costas na camisa – em homenagem aos 60 anos completados neste domingo -, tinha a vantagem do empate. Que virou pó graças a uma grande jogada do novo titular da lateral esquerda alvinegra.

Confirmado pelo técnico Oswaldo de Oliveira no lugar do negociado Márcio Azevedo, Julio Cesar entrou querendo matar um leão. E, após receber de Seedorf, partiu da esquerda para o meio driblando o primeiro, depois o segundo e o terceiro, até bater cruzado, sem defesa para Felipe: golaço alvinegro numa defesa que não via a bola entrar na rede havia quatro partidas.

Não poderia ser melhor para o Botafogo o começo. Após tomar a vantagem do rival logo no começo, a estratégia era botar a bola no chão e tentar conter um possível ímpeto rubro-negro. Ficou até mais fácil diante da pouca organização do Flamengo, que sentiu o duro golpe. Na tentativa de reagir logo, a opção era passar todas as bolas para Rafinha. A velocidade do camisa 11 não garantia, no entanto, sequência na jogada. Ainda por cima, Hernane passava a querer resolver sozinho – o que está longe de ser seu forte. E Carlos Eduardo pouco aparecia.

Bota soberano
Melhor, muito melhor, para a equipe alvinegra. Se o camisa 10 do Flamengo nada produzia e ainda sofria com os erros de passe e marcação de bson e Elias, Seedorf virava o jogo com a habitual inteligência e tinha em Lodeiro um grande parceiro. Marcelo Mattos fechava bem o meio-campo, Fellype Gabriel fazia o vaivém sem comprometer e Lucas subia bem pela direita. E Bolivar voltou a aparecer de surpresa na área adversária, em boa cabeçada que Felipe defendeu. Na frente, no entanto, Rafael Marques se atrapalhou sempre – furou até bicicleta.

Se tivesse um atacante melhor, o Botafogo poderia muito bem ter aumentado a vantagem. A defesa rubro-negra, lenta com Wallace e González, dava espaços, ao contrário da alvinegra. O Flamengo não conseguia chutar a gol. Sequer abria o jogo pelas laterais – Léo Moura voltava a fechar para o meio e João Paulo apoiava mal.

Aos 38 minutos, Oswaldo de Oliveira sacou Andrezinho, que se contundiu mas era o jogador com atuação mais fraca no meio-campo, para pôr Gabriel, aumentando mais ainda o poder de marcação. Um choque de cabeça entre González e Fellype Gabriel – sem graves consequências – esfriou mais ainda os times no fim da primeira etapa. Com uma vantagem alvinegra embalada por momentos inspirados do camisa 10, Seedorf.

Mexidas no Fla
Dorival Junior mexeu no Flamengo. Sacou os reforços mais badalados da temporada mas apáticos em campo – Elias e Carlos Eduardo – para pôr Renato Abreu e Rodolfo. E a primeira jogada de ataque do Flamengo na partida ocorreu aos quatro minutos, quando João Paulo cobrou falta pela esquerda para Renato cabecear. Jefferson fez a defesa.

Renato até melhorou um pouco o meio-campo do Flamengo. Mas Cáceres, lento, errava, e muito, na saída de bola. Do lado alvinegro, Lodeiro sobrava na partida. Numa falta levantada na área rubro-negra, Fellype Gabriel – outro muito bem na partida – por pouco não ampliou o placar. Felipe defendeu, mas o árbitro já dera falta do jogador alvinegro.

O técnico rubro-negro mexeu novamente. Tirou Cáceres e botou Gabriel, recuando Ibson. Pelas laterais, João Paulo e Léo Moura procuravam abrir mais as jogadas, mas encontravam na defesa Bolívar e Dória bem seguros. E, aos 20minutos, houve um lance polêmico: Rodolfo arriscou chute próximo da meia-lua. A bola tocou no braço de Marcelo Mattos. O árbitro Graziani Maciel Rocha interpretou como bola na mão.

Emoção até o fim
O Fla cresceu um pouco na partida. João Paulo, mais acionado, fez bom cruzamento para cabeçada de Hernane. Jefferson espalmou e, no rebote, foi com o pé esquerdo para impedir o gol do atacante rubro-negro. Pouco depois, Gabriel, o rubro-negro, começou a aparecer na partida e por pouco não empatou ao bater com perigo de fora da área. Jefferson voou e fez a defesa mais bonita da partida.

Lodeiro, cansado, deu vez a Vitinho, que passou a usar a velocidade nos contra-ataques. A partida ficou lá e cá. Ibson obrigou Jefferson a outra grande defesa. Vitinho também deu trabalho para Felipe. Depois, teve mais duas chances, a última após entrar livre na área.

A partida, emocionante até o fim, teve o goleiro Felipe na área do Botafogo tentando o gol de empate. Jefferson salvou e puxou o contra-ataque para Vitinho, depois de perder várias chances, fazer o gol que levou a torcida alvinegra ao delírio. Nada mais justo para quem teve melhor organização em campo. Agora, é esperar o Vasco.



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