O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez a inauguração do último trecho do canal do Eixo Norte do Projeto de Integração do São Francisco, no município paraibano de São José de Piranhas, no Sertão do Estado, na manhã desta quinta-feira (21). No entanto, durante discurso no encerramento do evento intitulado “Jornada das Águas”, o presidente pouco falou sobre a importância da obra para o enriquecimento hídrico da região Nordeste, e voltou a levantar pautas polêmicas de manifestações anteriores.

Entre elas, o uso do tratamento precoce contra a Covid-19, com uso de medicamentos como Ivermectina e Hidroxocloroquina, e fez ataques públicos a membros da CPI da Covid-19, imprensa e culpou governadores e prefeitos pelo caos na economia. Confira alguns trechos:

CPI DA COVID-19

Bolsonaro iniciou o discurso abordando os processos que envolvem a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), no Senado Federal, que aborda as ações governamentais durante a pandemia da Covid-19. Ele se disse vítima de perseguição política por parte dos senadores que integram o agrupamento e fez ataque pessoal ao relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL).

“Porque eu sou atacado 24 horas por dia? Onde eu errei? Relatório da CPI assinado por Renan Calheiros? Não, não chamem Renan de vagabundo não! Vagabundo é elogio para ele. Não há maracutaia lá por Brasília que não esteja o nome do Renan envolvido”, disse.

CLOROQUINA

Na sequência, Jair Bolsonaro defendeu o que intitulou de a “liberdade do médico” no procedimento de tratamento e aplicação de protocolos contra a Covid-19. Ele voltou a citar o uso de medicamentos como Ivermectina e Hidroxicloroquina como eficazes para o combate aos efeitos do coronavírus.
“Porque essa perseguição? porque não dar chance ao médico na ponta da linha, de nos atender e nos receitar algo? Eu também fui acometido [da Covid-19], tomei hidroxicloroquina, no dia seguinte estava bom”, frisou.

ATAQUE AOS GOVERNADORES

Bolsonaro também atacou governadores e prefeitos pelos problemas econômicos no país. Ele criticou as medidas restritivas adotadas por gestores durante a pandemia. “Apoiando lockdown, medidas restritivas, toques de recolher, e deixando a economia para ver depois”, frisou.
“Estamos vivendo momentos difíceis na Economia, sei do preço dos combustíveis, do preço do gás, do preço dos alimentos, se compararmos com o resto do mundo, somos o país que menos sofre no período final da pandemia”, continuou.

COMBUSTÍVEIS

“Quando se fala em combustíveis, o pessoal reclama e com razão. Mas, veja quem está metendo a mão no seu bolso, se é o Governo Federal ou o Governo Estadual. Desde quando assumi o meu governo, o valor do imposto federal, quer seja PIS, Cofins e Cide, quer seja do Diesel, da gasolina ou do álcool tem se mantido com o seu valor nominal inalterável, o mesmo valor de 2019 é cobrado até hoje. Agora, o ICMS é o mesmo percentual, mas em toda variação do preço do combustível, na ponta da linha, esse novo valor é alterado, e muito”, afirmou.

AUXÍLIO EMERGENCIAL E PASSAPORTE VACINAL

O presidente também disse que foi ‘sensível’ aos mais pobres durante a pandemia quando seu governo fez o pagamento do auxílio emergencial e propôs melhorias no pagamento do Bolsa Família. Ao comentar o tema, ele disse ser vítima de ataques proferidos por setores da imprensa e criticou o chamado passaporte vacinal adotado em alguns estados, entre eles, a Paraíba.

“Queria ver a Miriam Leitão [comentarista da Rede Globo] viver com R$ 190 do Bolsa Família. Mas, não devemos nos preocupar tanto com a imprensa, algumas fazem um brilhante trabalho. A imprensa livre faz parte da nossa democracia. Democracia essa tão ameaçada. Vocês sentiram na pele o ano passado e no começo desse ano, sabem o que é ter um prefeito ou governador que não tem qualquer amor ou responsabilidade com a liberdade. Estão vendo agora também a exigência de alguns poucos governadores, e alguns poucos prefeitos, exigindo passaporte vacinal”, disse.