Política

Bolsonaro diz em depoimento à Polícia Federal que ficou sabendo de joias sauditas um ano depois

Em três horas de depoimento, Bolsonaro disse ainda que não se lembra que o avisou da apreensão das joias pela Receita Federal


05/04/2023

Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino

Brasil 247

O ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) prestou depoimento à Polícia Federal nesta quarta-feira (5) no âmbito da investigação sobre as joias e presentes dados pela Arábia Saudita ao então mandatário que ele tentou se apropriar.

Em cerca de três horas de depoimento, Bolsonaro afirmou que ficou sabendo da existência das joias sauditas milionárias em dezembro de 2022, mais de um ano após elas terem chegado ao país. Segundo o G1, Bolsonaro disse ainda, segundo sua defesa, que não se lembra que o avisou da apreensão das joias pela Receita Federal.

Um dos conjuntos de joias sauditas, avaliado em 16,5 milhões de reais e que teria a então primeira-dama Michelle Bolsonaro como destinatária, foi apreendido pela Receita Federal no aeroporto de Guarulhos com um membro de comitiva do governo Bolsonaro que retornava da Arábia Saudita.

Outros dois pacotes de presentes chegaram a ser entregues a Bolsonaro. Todos os conjuntos foram devolvidos pelo ex-presidente por ordem do Tribunal de Contas da União (TCU), após a revelação feita pelo jornal O Estado de S. Paulo de que Bolsonaro tentou recuperar as joias apreendidas pela Receita de forma irregular antes do fim de seu mandato.

Nessa terça-feira (4), a defesa de Bolsonaro devolveu o terceiro conjunto de joias de luxo da Arábia Saudita em uma agência da Caixa Econômica Federal em Brasília. O estojo inclui um relógio da marca Rolex fabricado em ouro branco e cravejado de diamantes.

O inquérito da PF apura se o ex-presidente cometeu o crime de peculato ao tentar ficar com as joias, em especial um conjunto, avaliado em R$ 16 milhões, que foi retido pela Receita Federal em outubro de 2021.

Peculato ocorre quando um funcionário público se apropria de dinheiro ou bens dos quais tem posse em razão de seu cargo. A pena varia de 2 a 12 anos de prisão, além do pagamento de multa.



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