Política

Bolsonaro defende ações de seu governo e chama Lula de “canalha” durante encontro com banqueiros em SP


08/08/2022

Presidente Jair Bolsonaro em evento na Febraban, em São Paulo, nesta segunda, 8 de agosto (Foto: Reprodução/Facebook)

WSCOM com Estadão



O presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu o seu governo e atacou o PT em evento na Federação Brasileira de Bancos (Febraban) em São Paulo nesta segunda-feira (8). O encontro vem após uma série de críticas de Bolsonaro a banqueiros, que, segundo o presidente, supostamente teriam assinado manifestos pela democracia em reação à criação do Pix. Para Bolsonaro, esses manifestos são “cartinhas” e os banqueiros precisam julgá-lo pelas suas ações .

“Alguém recontrataria empregado que roubou sua empresa no passado? Acho que não”, afirmou o presidente em referência ao candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, líder nas pesquisas de intenção de voto. “Alguns acham que o canalha que estava preso vai voltar para não continuar o que estava fazendo”, acrescentou.

Bolsonaro voltou a citar com temor a ascensão da esquerda no Chile e na Colômbia e a trazer à tona a crise econômica na Argentina. “Como banqueiros estão se sentindo na Argentina neste momento? A gente tem que viver em harmonia, somos adultos e sabemos o que está acontecendo”, seguiu o chefe do Executivo.

Na tentativa de se aproximar do setor financeiro, Bolsonaro afirmou também que os banqueiros precisam julgá-lo pelas suas ações. “Não assinar cartinha”, alfinetou, em referência aos manifestos em defesa da democracia articulados pela sociedade civil em reação à ofensiva sem provas sobre a lisura do sistema eleitoral brasileiro – e que contou com a assinatura de banqueiros.

“Vocês têm que olhar na minha cara, ver minhas ações e me julgar por aí. Não assinar cartinha, não vai assinar cartinha”, afirmou o chefe do Executivo. “Quem quer ser democrata não tem que assinar cartinha, não”, reiterou.

 

Carta da USP em defesa da democracia passa de 800 mil assinaturas — Foto: Reprodução

Carta da USP em defesa da democracia passa de 800 mil assinaturas (Foto: Reprodução)

 

Ataques à democracia e ao Supremo

Ainda durante o evento, Bolsonaro disse que nunca agiu contra a democracia. “Mandei prender deputado?”, questionou, em nova crítica ao Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a prisão ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) por ataques à democracia. O parlamentar, contudo, recebeu perdão presidencial. “Onde está a ditadura? Está no Executivo?”, seguiu o chefe do Executivo.

Para defender o governo, Bolsonaro destacou a criação do Auxílio Emergencial, do Benefício Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm) e do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). Também garantiu que seu ministério é de pessoas “quase santas”, “com raras exceções”.

“Me chamem de qualquer coisa, até de incompetente. Agora, tenho caráter. Minha vida é vasculhada 24 horas por dia e não se acha nada”, disse o presidente.

Participaram do evento o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Junior, assim como os CEOs Milton Maluhy (Itaú Unibanco), Roberto Sallouti (BTG Pactual), Mário Leão (Santander Brasil) e Marcelo Marangon (Citibank), entre outros.

Na terça-feira (9), Lula vai à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O encontro faz parte de uma agenda de reuniões com empresários e entidades setoriais, para tentar desfazer o mal-humor com governos petistas.



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