Política

Blog do Walter Santos: ato da Transposição é forte, mas impõe reflexão sobre futuro de RC


01/09/2019



O jornalista e analista Walter Santos comenta neste domingo o ato SOS Transposição, que levou expressivo público às ruas de Monteiro. Walter salienta a importância da mobilização, mas pondera que número foi menor que atos passados.

Leia:

‘O retorno de Ricardo pela Transposição atrai público, representação, mas bem menor do que antes

Não há como negar: Monteiro atraiu um expressivo público de militância política no Estado em favor da Transposição, evento com caráter político de reintrodução do ex-governador Ricardo Coutinho na cena estadual mas, o tamanho da representação política precisa servir de advertência porquanto foi menor do que poderia ser sem a personalização do ato em torno dele.

Antes de mais nada um registro: o público presente foi expressivo tendo as presenças de Fernando Haddad, Gleisi Hoffman e Humberto Costa no plano federal, assim como Veneziano Vital, Damião Feliciano, Gervásio Maia e Frei Anastácio, mas as ausências dos governadores anunciados e, em especial, de João Azevêdo e de 21 deputados estaduais e apenas 10 dos 223 prefeitos merece alta reflexão.

A IMPORTÂNCIA DO ATO

O ex-governador leu uma carta especial de resistência do ex-presidente Lula lhe dando cacife nacional de debate no âmbito regional, da mesma forma teve ratificado o apoio do PT nacional, o mesmo não acontecendo com o PSB estadual e nacional. Nenhum dos presidentes de fez presente.

Tem mais: a governadora Fátima Bezerra, os governadores Camilo Santana e Wellington Dias anunciados com presenças confirmadas não compareceram sob argumentos diversos, mas nenhum maior do que o personalismo frente à crise interna com João Azevedo.

No âmbito estadual, a maior liderança política da Paraíba se deparou com poucos prefeitos dos 223 municípios do Estado, assim como a maioria absoluta dos deputados estaduais se ausentou. Esta constatação merece reflexão urgente porque tudo pode terminar pior.

CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS

Na solidão de seu tempo, Ricardo Coutinho deve estar dimensionando o tamanho da força da caneta governamental nas mãos de um executivo que entende de gestão e tem personalidade própria. Talvez neste aspecto esteja parte do grande problema do momento porque o maior governador do Estado está sendo substituído por um político técnico de resultados surpreendentes e positivos, apesar da mais odienta perseguição do presidente da República.

Ideologizar a gestão neste momento para a Paraíba não surte efeito porque João continua no campo progressista sem precisar agredir ninguém.

Em sintese, o mote extraordinário da Transposição e do apelo pela libertação de Lula continuam atraindo interesse e participação, entretanto, o ex-governador precisa encarar nova realidade em que para construir o futuro tem de dialogar mais com seus aliados noutro patamar porque não conseguirá mais impor seus desejos como antes.

A escolha agora é dele: ou repactua com João Azevedo em bases bem resolvidas ou parte para se confrontar contra todos sabendo que não tem mais idade nem o arco de apoios que granjeou no passado, mesmo ele sendo gestor extraordinário, para falar em novo projeto.

A escolha do seu futuro agora só depende dele.’

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Portal WSCOM


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