Política

Aziz afirma que negociações da Covaxin configuram “denúncia mais grave da CPI até agora”

Investigações apontam irregularidades cometidas pelo governo federal na aquisição dos imunizantes produzidos pela Precisa Medicamentos


23/06/2021

Senador Omar Aziz (PSD-AM)

Portal WSCOM com Metrópoles

O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), classificou como “muito graves” as denúncias de possíveis irregularidades no contrato para a entrega de 20 milhões de doses da Covaxin. Nas palavras do senador, essa, talvez, seja “a denúncia mais grave” que a comissão recebeu até o momento.

Investigação da Procuradoria da República no Distrito Federal aponta “temeridade do risco assumido pelo Ministério da Saúde” na contratação para a compra da vacina indiana Covaxin. Em documento, a procuradora Luciana Loureiro defende a abertura uma investigação criminal sobre o contrato do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) com a empresa Precisa Medicamentos, produtora nacional da Covaxin.

A análise é de que o governo federal adquiriu doses do imunizante em valores superfaturados. O contrato em questão é de R$ 1,6 bilhão, tendo sido a unidade da vacina negociada por US$ 15 dólares, preço superior ao da negociação de outras vacinas no mercado internacional, a exemplo da vacina da Pfizer. Além disso, servidores do Ministério da Saúde relatam “pressões anormais” pela compra do imunizante.

Na avaliação do presidente da CPI, o colegiado está diante de “acusações gravíssimas”. “Se tudo aquilo que está se falando for verdade, ou parte for verdade, são gravíssimas as acusações. É grave, isso é muito grave. Muito estranho isso, temos que ter muito cuidado. Talvez tenha sido a denúncia mais grave que a CPI recebeu”, disse.

“Há demora para umas [empresas que comercializam vacinas] e não há para outras? A diferença no tratamento é muito grande. É como ter três filhos, você não pode privilegiar um em detrimento do outro”, prosseguiu.

O senador disse ter sido procurado pelo deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) nessa terça-feira (22/6) com informações sobre o caso. O irmão do parlamentar, Luis Ricardo Fernandes Miranda, é chefe da divisão de importação do Ministério da Saúde e trata das negociações da pasta junto às farmacêuticas.

“Vamos aos fatos verdadeiros, ele [Luis Miranda] procurou a CPI e disse que o irmão foi pressionado [a comprar as vacinas da Covaxin], e que já tinham comunicado isso ao presidente da República. Ele veio, conversou com integrantes da CPI e afirmou que viria junto do irmão. Ele pediu para ser convidado”, explicou.

Diante das denúncias trazidas por Miranda, o presidente da CPI solicitou ao delegado da Polícia Federal cedido ao colegiado para que auxilie nas investigações. “Acabei de pedir para o delegado da PF pedir informação para saber se houve um inquérito para investigar essa questão da Covaxin”, enfatizou.



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