Política

Ato pede punição por atentado a bomba na sede do Instituto Lula

Contra o ódio


07/08/2015

Manifestantes ligados ao PT, movimentos sociais e sindicatos realizaram nesta sexta-feira (7) um ato para pedir apuração e punição dos responsáveis pelo atentado a bomba na sede do Instituto Lula, na última quinta-feira (30), no Ipiranga, na Zona Sul da capital paulista.

Os manifestantes também dizem que o ato é contra o ódio e a intolerância e, em uma das faixas, pedem que "não mexam com Lula, o filho do Brasil".

Integrantes do PT, como o presidente nacional da sigla, Rui Falcão, o secretário de Relações Institucionais da Prefeitura de São Paulo e ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ), o senador Lindberg Farias (PT-RJ), o secretário de Direitos Humanos de São Paulo, Eduardo Suplicy, e o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, participaram do protesto.

A Rua Pouso Alegre, onde fica o instituto, ficou completamente fechada. Os manifestantes espalharam fumaça vermelha, fizeram um abraço no instituto e entregaram flores.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi para a rua e participou do ato. Recebido com beijos e abraços de militantes, ele jogou flores ao lado de sua mulher, Marisa Letícia.

Bomba na sede
Uma bomba de fabricação caseira foi arremessada contra o Instituto Lula por volta das 22h do dia 30 de julho e um buraco e uma fissura foram abertos na garagem do imóvel. Não houve feridos. Para o Instituto, trata-se de um "ataque político".

"Um homem [Lula] que é protegido pelo Exército, pela Polícia Federal não pode passar por isso", disse Padilha. "Esse é o terceiro atentado que o PT sofre, o primeiro em Jundiaí, o segundo no Diretório do Centro, e agora aqui [Instituto Lula]. É importante encontrar os responsáveis para estancar essa violência", afirmou.

De acordo com o Instituto, uma câmera de segurança registrou que o artefato foi arremessado de dentro de um veículo que diminuiu a velocidade ao passar pela sede do Instituto (veja as imagens no vídeo). A princípio, não é possível identificar os responsáveis pelo ataque.

"Bomba foi, com certeza", disse ao G1 o perito Ivan Ribeira Candeias, do Instituto de Criminalística da Polícia Técnico-Científica, no dia da explosão. "Coletamos o que parece ter pólvora para análise".
Em nota, o Instituto também disse que “espera que os responsáveis sejam identificados e punidos”. O presidente Lula utiliza o Instituto como escritório e fica no prédio das 9h às 21h.

"Tem grupos fascistas se organizando no país. Não vi uma voz da oposição falando sobre isso. Não vi o Aécio Neves (PSDB-MG) falando sobre isso. Há setores da oposição se alinhando com esse fascismo", disse o senador Lindberg Farias (PT-RJ).

Para o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho (PT), "a maior liderança que a democracia construiu foi o presidente Lula". "Hoje, essa mobilização da militância vem dizer: não mexa com o Lula", afirmou.

‘Estrondo’
Um comerciante que mora em uma casa exatamente ao lado do Instituto disse que estava vendo televisão quando foi surpreendido por um barulho forte durante a noite.

“Foi um estrondo muito grande, parecia um transformador de luz estourando. Eu saí na janela para ver e tinha uma fumaça muito alta. Desci para ver o que era e tinha um furo na porta da garagem do Instituto. Estava toda chamuscada”, relatou o comerciante César Cundari, de 53 anos.

Segundo ele, manobristas e seguranças de uma unidade do Hospital São Camilo, em frente ao Instituto, disseram que a bomba foi lançada por ocupantes de um carro, cujo modelo e placa não foram identificados.

É a primeira vez que um ataque do tipo acontece na área, disse César, que mora ali há 45 anos. Sua casa não tem câmera de segurança voltada para a rua.

O médico Adalto, que não informou o sobrenome, afirmou que às 22h20 ouviu uma explosão enquanto estava na UTI do hospital São Camilo, que fica em frente ao Instituto. "Foi um barulho muito forte", disse. Ele conta que pensou que o som viesse de dentro do hospital.

Diretório
Em março, o Diretório do Partido dos Trabalhadores (PT), no Centro de São Paulo, foi alvo de ataque à bomba. Em nota de repúdio, o partido diz que o “atentado não foi cometido somente contra o PT, mas contra o Estado Democrático de Direito”.
O diretório fica na Rua São Domingos, na Bela Vista. O explosivo não deixou feridos, mas quebrou vidros e danificou a porta de entrada do prédio. Segundo o site do PT, não havia ninguém no imóvel durante o ataque. A Polícia Militar registrou o ataque às 3h. Não há suspeitos do crime.

A nota do partido diz que “são ações que ferem o direito legítimo às organizações sociais, políticas e religiosas, previsto em nossa Constituição e presente nas nações democráticas”.

“Cabe a toda sociedade combater, repelir e condenar atos e atentados que visam destruir a democracia. Somente assim, poderemos fortalecer as instituições democráticas para continuar a trilhar um caminho de um país cada vez mais justo”, afirma o documento.


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