Futebol

Jogadoras sofreram ameaças após protestos contra Cuca, relata treinador do Corinthians feminino

No dia da estreia de Cuca, as atletas publicaram uma mensagem em apoio ao movimento "Respeita as Minas"


30/04/2023

Arhtur Elias é o técnico do time feminino do Corinthians (Foto: Reprodução)

Extra



Corinthians e Cruzeiro se enfrentaram neste domingo (30) pelo Campeonato Brasileiro Feminino, mas um dos assuntos mais comentados antes da bola rolar continuou sendo a equipe masculina. O técnico das Brabas Arthur Elias voltou ao tema do protesto das jogadoras contra a contratação de Cuca e ele afirmo que elas estão sofrendo com algumas ameaças por conta do posicionamento nas redes sociais.

“Quero explicar mais minha entrevista no último jogo. Foram dias conturbados. Importante me manifestar. Foi uma declaração com a intenção de amenizar um pouco as consequências negativas que nosso grupo estava sofrendo. Atletas xingadas nas redes sociais e nas ruas, sendo ameaçadas. Temos que deixar claro que foi um posicionamento feito por todas e apoiado por mim. A referência era pela luta dos direitos e contra qualquer violência contra a mulher. Isso foi feito. Esses efeitos negativos são bastante injustos. Eu respeito muito toda a história do futebol feminino “, disse Arthur Elias antes do jogo.

O treinador da equipe feminina do Corinthians também apontou que o futebol feminino do clube perdeu forças com os torcedores e aconteceu o mesmo nos bastidores do clube.

“É injusto que a gente perca força com nosso torcedor e perca força internamente dentro no nosso clube. É uma responsabilidade minha, como treinador, da imprensa, de olhar como tudo deve ser olhado. Eu tenho certeza que com esse projeto a gente impacta na próxima geração. A gente tem uma chance de transformar um futebol que sempre foi machista. Contribuímos muito. É um novo mercado”, relatou.

No dia da estreia do técnico do Cuca no comando do Corinthians, na derrota para o Goiás por 3 a 1, as jogadoras do time feminino do clube publicaram em suas redes sociais a mesma mensagem em que manifestam apoio ao movimento “Respeita as Minas” e aos direitos das mulheres. A nota não fez referência direta ao treinador, que teve sua contratação criticada por vários setores da torcida corintiana por causa da acusação de estupro de uma garota suíça durante excursão do Grêmio, em 1987, a Berna.

No texto, elas relembram que o Corinthians é um clube democrático e, por isso, podem usar suas vozes de forma pública. Acrescentam ainda que o termo “Respeita as Minas” não é uma frase qualquer, mas um compromisso compartilhado diariamente.

 

Nota publicada pelas jogadoras do Corinthians em suas redes sociais — Foto: Reprodução/Twitter

Nota publicada pelas jogadoras do Corinthians em suas redes sociais (Foto: Reprodução/Twitter)

 

O primeiro jogo do time feminino do Corinthians após a estreia de Cuca pela equipe masculina também foi marcado por protestos. Na partida contra o Internacional, no Cristo Rei, em São Leopoldo, um cartaz em apoio ao manifesto das jogadoras do Corinthians foi pendurado na arquibancada. “Estamos juntas. Essa luta é de todas nós”, dizia a mensagem, ressaltando o lema “Respeita as Minas”.

Cartaz em apoio a jogadoras do Corinthians — Foto: Reprodução

Cartaz em apoio a jogadoras do Corinthians (Foto: Reprodução)

 

 


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