Os candidatos em disputa ao Governo da Paraíba neste segundo turno, João Azevêdo (PSB) e Pedro Cunha Lima (PSDB) participaram na manhã e início da tarde desta terça-feira (25) de debate realizado pela TV Tambaú. Na oportunidade, eles discutiram propostas e trocaram provocações e acusações durante o encontro. A mediação foi da jornalista Karine Tenório.

O Portal WSCOM acompanhou o debate e pontuou os principais temas discutidos pelos candidatos. Confira:

Aliança entre poderes

Pedro Cunha Lima declarou que acha errado o orçamento da Assembleia Legislativa da Paraíba: “R$ 339 milhões para 36 deputados, maior do que o orçamento da Universidade Estadual da Paraíba para uma comunidade acadêmica de mais de 21 mil pessoas, está errado, isso precisa de um conserto”.

João negou que o orçamento da ALPB seja maior do que o da UEPB: “A Constituição Federal que estabelece a questão do duodécimo, é importante que o deputado tivesse apresentado lá no Congresso alguma modificação nessa direção. A Universidade Estadual da Paraíba recebeu R$ 1 milhão e 300 milhões de reais de duodécimo, recebeu mais de 50 milhões acima do duodécimo. O valor que se passa hoje para a Universidade Estadual é maior do que o valor que se passa para Assembleia, basta consultar os dados do Tribunal de Contas do Estado, essa relação entre todos os Poderes se faz através do diálogo e do respeito, e nós manteremos”.

Corrupção

João provocou Pedro ao citar ‘dinheiro voador nas janelas da Paraíba’, em que chamou de ‘tempos passados do Estado’. Ele ainda citou ‘distribuição de cheques do Governo para comprar votos’ supostamente ocorridos no mandato do seu pai, Cássio Cunha Lima, mas sem citar seu nome: “Isso é corrupção”.

O candidato à reeleição prometeu transparência: “Nós queremos combater isso por transparência, nós vamos fazer com que o Estado continue avançando e logo logo estaremos galgando mais posições dentro desse ranking de competitividade, fazer com que o Estado apresente sim alternativas. Não é colocando um delegado para fiscalizar cada médico nesse estado não, basta que se faça transparência pública e nós estamos fazendo, basta que o órgão de ouvidoria funcione e como ele funciona hoje, dessa forma nós vamos dar transparência e vamos oferecer à população a condição de acompanhar cada centavo investido nesse Estado.

Pedro acusou João de atacar sua família e não citar seu nome, falando ainda da Operação Calvário: “Toda hora ele fica jogando debate no passado, até na propaganda dele ele não consegue falar de mim ele sempre joga para o passado”.

O tucano citou a delação de Livânia Farias sobre suposta propina concedida na gestão do ex-governador Ricardo Coutinho: “Você é investigado e eu não, então vamos falar do que acontece na prática”.

Combate à fome

João questionou Pedro sobre seu empenho no combate à fome na Câmara Federal, perguntando ao deputado sobre o quanto de emendas dedicou à pauta.

O deputado declarou que o papel é do Estado, e que votou a favor do Auxílio Brasil. Ele ainda declarou que, se eleito, ampliará políticas públicas para diminuir a insegurança alimentar.

João rebateu: “O programa de segurança alimentar da Paraíba distribui 1.312.600 todos os meses para quem passa fome, só quem sabe é quem passa fome, é que sabe do valor desse programa. O candidato que aqui está votou contra o aumento do Auxílio, voltou contra uma bolsa para o caminhoneiro, contra o aumento do Vale Gás”.

Pedro ressaltou que votou contrário ao aumento, e apenas por conta do período eleitoral.

Impostos

Pedro disse que a Paraíba cobra mais impostos do que estados vizinhos, “algo que agride muito a indústria”: “A indústria paraibana e o Fundo de Equilíbrio Financeiro que só agora na véspera da eleição o governador sentou com a indústria para poder negociar o parcelamento, se tem que acabar de imediato. Também o ICMS de frete, foi cobrado nos últimos anos esses dois impostos no nosso Estado agredindo a nossa indústria e a geração de emprego”.

João rebateu: “Tem um programa de incentivos não só para quem vem para cá se instalar, para gerar energias renováveis, a indústria, nós baixamos de 18% para 12% o ICMS sobre o gás utilizado na indústria… nós baixamos o ICMS do combustível lá do transporte público para que não houvesse aumento de passagem, para quem tem emplacamento atrasado, todas as motos até 160 cilindradas, baixamos agora em o IPVA de motos até 160 cilindradas nós acabamos o fundo fiscal”.

Pedro declarou ainda que “em relação a redução do ICMS da gasolina, nós no Congresso votamos a lei para reduzir a cobrança de imposto na gasolina e o governador João Azevêdo entrou com ação no STF”.

Voto a presidente

Azevêdo cobrou de Pedro posicionamento sobre o seu voto à presidência da República, o acusando de se acovardar diante do cenário do Governo Jair Bolsonaro.

“Todos os dias temos que tomar decisões sérias, precisamos ter coragem, a gente não pode se acovardar nunca diante dos fatos, da necessidade, para que a gente possa verdadeiramente dizer às pessoas que nos seguem, que acreditam em nós, qual é sua posição política, eu respeito, aprendi a conviver com a diversidade, respeito as diferenças, eu sei que existe contraditório. Minha posição política para a presidência da República todo mundo sabe. Eu voto em Lula 13”.

Pedro declarou que a sua posição é pela Paraíba: “Vota em Lula, mas tem um comitê com Bolsonaro, está querendo se escorar na eleição nacional para ver se escapa. Eu tenho uma posição clara, o meu lado é muito claro, é a defesa da Paraíba, a prioridade é o debate da Paraíba que resolve o problema da segunda a sexta não é presidente, é o governador. Eleito governador, vou a Brasília buscar recursos independentemente de quem seja o presidente, chega de briga, a gente quer resultado”.

Pedido de votos

Ao fim do confronto, os candidatos direcionaram falas ao público e pediram votos no pleito do próximo dia 30.

Pedro Cunha Lima

“Agradecer por esse momento que cada um pode apresentar como pensa, quais são as suas ideias e lamentar essa prática de ficar jogando o debate no passado, tá na hora de olhar para frente, olhar para o futuro. Eu lhe peço uma oportunidade para que você me conheça através do meu trabalho, da minha postura, pelo que pude apresentar até aqui. Sou ficha limpa, pude presidir a Comissão de Educação e foi nesse momento que a gente aprovou o novo Fundeb, pude ser eleito o melhor deputado do Brasil em 2018 segundo o ranking dos políticos, sete vezes eleito o melhor deputado da Paraíba. Tenho uma mentalidade diferente, de criticar privilégios e atacar mordomias, essa postura que eu quero levar ao Governo do Estado e essa mentalidade que eu percebo que tá fazendo falta hoje, por isso que eu peço uma oportunidade a você me deu uma chance de governar”.

João Azevêdo

“Agradecer a quem nos assistiu, que nos acompanhou, teve oportunidade de entender a diferença entre dois projetos. Eu fico muito feliz de ter tido esse espaço, aproveitar para mandar um abraço para meu vice-governador Lucas Ribeiro e dizer que nós somos o Governo que representamos o ‘Tá Na Mesa’, que representamos o ‘Opera Paraíba’, o Governo das 213 creches, das 177 cidades que receberão asfalto, do governo que está interiorizando a alta e média complexidade pela Paraíba toda, o governo que ganhou prêmios nacionais da educação, prêmios nacionais na saúde e foi reconhecido pelo Tesouro Nacional como rating A, como primeiro estado mais competitivo do Nordeste. Essa é uma realidade que preocupa algumas pessoas, que tentam mostrar um projeto onde, na verdade é uma fachada nova de um prédio tombado, eu fico muito tranquilo de dizer a vocês que agora domingo, vote 40 para Paraíba continuar avançando. Meu muito obrigado e um abraço a todos”.

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