Morno definitivamente não é um termo que se encaixa com ela. Flayslane, do BBB20, é daquelas que não passa despercebida. Nem quer! Com mechas pink no cabelo e uma risada grave inconfundível, ela jura que a mulher durona que se excedeu no jogo ficou na casa. Em sua vida, a cantora de Nova Floresta, região com cerca de 10 mil habitantes na Paraíba, garante que é alegre e doce:

“Sempre passo pelas minhas dificuldades rindo da situação”.

Vestindo uma meia 5/8 laranja e um look para nenhuma superstar botar defeito, Flay, conhecida no cenário musical como Lane, da dupla com a amiga Mara, posa desinibida e já desfruta da fama que ganhou no programa. “Estou me achando”, brinca. À flor da pele, ela confessa que agiu no impulso e poderia ter dosado seu jeito:

“Faltou calibragem, como disse o Tiago. Se eu tivesse segurado a onda, talvez com um pouco mais de estratégia, teria me dado melhor. Não queria ter entrado em tantos conflitos, mas não foi uma coisa premeditada. Fui verdadeira e era isso que eu cobrava. Querer agir por conveniência era inadmissível.”

Ficar sem ver o filho Bernardo, de 2 anos, foi o mais difícil durante os meses confinada: “Foi dolorido ficar longe do meu filho, e frustrante não ganhar nenhuma Prova de Anjo para vê-lo”.

Solteira há seis meses, ela diz que namorar agora não é prioridade e admite ter seus contatinhos conhecidos: “Já fiquei com alguns famosos. Tem do meio musical, futebol, ator, tudo. Alguns foram romancinhos, outros casinhos… Sou mulher de muitos contatinhos quando estou solteira, mas quando estou apaixonada, fico completamente cega, direcionada e fiel”, entrega.

Ei, sou cantora!

“Lá tinham três cantoras, mas sentia que não interessava se eu era ou não dentro da casa. Algumas pessoas, mais a Gizelly, queriam que alguém cantasse, mas mesmo eu estando na situação, ela não pedia para mim, ignorava o fato de eu ser cantora. Quando a Gabi entrava no quarto, ela falava: ‘Gabi, canta pra nós’. Mas eu estava lá, sou cantora! Qual era o problema pedir para mim? Quando estava mais sensível, esse sentimento aflorava, mas no dia a dia não ficava triste, não. Senti preconceito pelo meu jeito. As pessoas se achavam mais corretas, que meu jeito era inaceitável, que não dava para ficar perto, que eu tratava as pessoas mal. Não saía maltratando de graça, no conflito eu me alterava, que na minha concepção é algo normal do ser humano, da minha personalidade.”

Feminismo

“Sou feminista na minha vida, nos meus relacionamentos, na minha criação em casa. Luto contra o machismo no meu trabalho, no cenário musical e levanto bastante essa bandeira. Quando, dentro da casa, isso apareceu bem forte, pensei na Mari, na dor dela e fui tirar a história a limpo. Já terminei relacionamentos por causa do machismo, já vivi relações abusivas de machismo besta que não suporto, como controlar roupa, dizer que não ia sair sozinha. Tive namorado que não gostava quando eu andava sem sutiã, usava decote. Não tolero.”

O filho, Bernardo

“Foi dolorido ficar longe do meu filho, e frustrante não ganhar nenhuma Prova do Anjo para vê-lo. Eu tinha uma preocupação muito grande porque cuido dele desde que nasceu, e deixá-lo aos cuidados de outra pessoa foi muito difícil para mim. Ele ficou com minha mãe, em parte, e com o pai dele, que é muito presente. Com a situação do Coronavírus foi difícil, porque a distância da casa da minha mãe para a do pai dele são duas horas e meia de viagem. Me separei do pai dele quando ele tinha um ano. Bernardo é louco pelo pai e gosto que seja assim.”

Crushs famosos

“Sou heterossexual, nunca fiquei com mulher e nem tenho curiosidade. Já fiquei com alguns famosos. Do meio musical, futebol, ator, tudo. Alguns foram romancinhos, outros casinhos… Sou mulher de muitos contatinhos quando estou solteira, sim, mas quando estou apaixonada fico completamente cega, direcionada, fiel. Quando é um relacionamento que se encaixa, para mim é perfeito. Mas hoje sou muito mais criteriosa para me relacionar com alguém, pelas frustrações que já vivi na minha vida.”

Contatinhos

“Se eu tivesse encontrado uma pessoa, não teria fugido. De início, despertou o interesse com o Prior, depois não bati com ele. Nas festas parecia que estava com ciúmes, me questionei se gostava dele como homem, mas o que sinto é parceria. Ele corria de mim e eu dele, mas a gente tem troca sincera. Prefiro preservar isso. Recebo muitas cantadas em shows, mas lido bem. Nunca fiquei com fã e, no meu trabalho, não fiquei com ninguém. Gosto de conversar antes. Geralmente, começo a ficar e já vira um relacionamento. Mas, tem tanta coisa acontecendo para mim, que a última coisa que pensei foi beijo na boca. Claro que, um casinho ou outro, uma coisinha ou outra, não vou recusar, mas namoro não é algo que vou dar prioridade agora.”

Casamento

“Acho que não tenho tempo nem espaço para me dedicar a uma pessoa. Estou solteira desde janeiro do ano passado e tive um namoro de um mês e pouco de setembro para outubro, que não vingou. Desde então, sigo no zero a zero, sem beijar na boca. Tenho sonho de me casar, com aquela festa e que seja para o resto da vida. Esse é o relacionamento que quero para mim, mas não é prioridade agora. Sou muito romântica. A Flay durona é no jogo. Sou libriana.”

Vida difícil

“Minha maior batalha na vida foi quando sofremos uns calotes na dupla. Fui despejada do apartamento, o dinheiro não pagava as contas, mas eu e Mara não queríamos abandonar a música. O dinheiro que entrou a gente decidiu dar para os músicos, que têm família. Éramos soltas no mundo. Nossas roupas ficavam jogadas na garagem e colocávamos um colchão na sala do escritório de um dos empresários. Dormimos assim por meses, mas para fazer o que amamos. Lembro que só comíamos caldo de feijão todas as noites. Quando a gente queria algo diferente pedia um amigo para levar, mas nunca pensei em desistir.”

Onde eu me derreto…

“Sou muito forte no sentido de não desistir, resisto até além do meu limite, mas têm momentos que fraquejo, me desespero. Nas dificuldades, me peguei só em dois momentos chorando. Sempre passo por elas rindo da situação. Choro quando não estou aguentando mais, quando o emocional está muito abalado. Se tenho atrito com uma pessoa que gosto muito, isso me faz sofrer. Sou amiga ciumenta, mas para o bem, dentro da casa é que ficou exagerado. Minhas amigas sabem e gostam”.

Aprendizado

“O maior foi ter mais cuidado com as palavras, com o julgamento, ter mais cautela em me jogar, mas só se vive o BBB uma vez e outra pessoa poderia fazer igual ou pior. Ficou o aprendizado de querer evoluir como ser humano para não machucar o próximo, apesar de, na minha vida, fora da situação do jogo, já me cobrava isso de não ser injusta e não machucar as pessoas. Mas, lá dentro, vacilei bastante nesse quesito. Dei uma exagerada e o Brasil todo está de testemunha. Tenho um jeito bem arriscado para um BBB, mas estou satisfeita com meu jogo e com a oportunidade linda. Peço para guardarem a Flay alegre, a simplicidade e a intenção do meu coração, que é boa. Me sinto com muito menos de 25 anos, sou ‘molecona’ para algumas coisas, mas muito madura para o meu trabalho. De resto, tenho que aprender muito e o programa me ensinou muito.”

Mari

“Percebi que ela estava querendo ficar bem na situação da casa. Mas, por outro lado, não julgo. Se eu pudesse também faria isso, mas preferi ficar no meu lugar, que é minha posição no jogo. Se ela conseguiu lidar com as outras pessoas, eu não consegui compreender. Não queria que ela brigasse por minha causa, mas queria sentir que ela estava sendo mais honesta comigo. Fazia parte da nossa cumplicidade, mas, juro, estou zero mágoa. Ela é muito importante para mim. Ela teve boa intenção, queria ficar bem dentro da casa e aproveitar os últimos dias de BBB. Só isso.”

Torcida

“Torço pela Mari, mas a sensação que a gente tem é que o Babu é o favorito. Entre mim e ele realmente prefiro que ele ganhe. Tem 40 anos, sei que terá muitas oportunidade como ator e nos projetos musicais, mas do fundo do meu coração, de verdade, quando disse que preferia que o prêmio fosse dele do que meu, falei de verdade. Para fora da casa, com certeza, levarei amizade com Gui, Prior, Mari e Bianca.”

Musa inspiradora

“Quando eu soube que a Priscilla Alcântara me chamou para cantar… Gente, não tenho nem condição de cantar com uma mulher daquela, muito perfeita, vou ficar humilhadinha. Fico feliz, ela é exemplo de ser humano, de sabedoria divina do céu. A vida dela me despertou interesse de buscar mais intimidade com Deus, me identifiquei muito com a história dela, por ser cantora, pelas músicas que ela tem, por levar a palavra de Deus que eu também acredito. A comparo, em potencial e qualidade vocal, com Beyoncé. Estou pronta para esse feat. Vai ser o feat da minha vida!”

Paixão pela música

“Desde criança sonhava com uma dupla. Eu e Mara nos encontramos muito no que estamos fazendo agora. Quero acreditar nisso, apostar e ir em frente. Canto valendo desde os 18 anos, quando terminei o Ensino Médio e fui atrás. Claro que algumas vezes banco alguns projetos malucos, e vocês vão conhecer as coisas loucas que tenho para lançar nesse país. Quero ver como conciliar carreira, filho e marca de biquíni. Estou com a sensação que mesmo quem não gostou de mim torce muito pela minha carreira. Viram que sou talentosa e não sou má pessoa. O melhor presente da vida é ser reconhecida pela minha música. Já ficou bem claro que meu sonho maior é mudar a vida da minha família e fazer o Brasil inteiro conhecer essa pessoa aqui. Não sei se estou preparada para o que está por vir, mas se não estiver, vou me dedicar. Viver essa fase pós-BBB era algo que eu esperava muito. Me sinto vitoriosa.”