Política
Blog de Walter Santos traz à luz e analisa novos dados sobre a crise entre Azevêdo e Ricardo
Blog do jornalista analisa os fatos que giram em torno de um possível rompimento entre os dois.
20/08/2019
O blog do jornalista e analista político Walter Santos, traz, nesta terça-feira (20), um aprofundamento e analisa os fatos que giram em torno de um possível rompimento entre o governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB), com o ex-governador Ricardo Coutinho (PSB), logo após o racha exposto pelo partido no Estado.
Segundo WS, “o exame de agora passa a contabilizar diversos fatos que produziram os capítulos recentes de enfrentamento porque o ex-governador consolidou a convicção de que João Azevêdo assumiu postura própria ignorando seu controle político, como imaginava na campanha e na montagem de governo”.
Confira a análise na íntegra:
A guerra entre Ricardo e Azevêdo: causas e efeitos de um cenário onde todos perdem
A realidade posta recentemente com a dissolução do diretório estadual do PSB visando gerar as condições de controle partidário pelo ex-governador Ricardo Coutinho e a decisão do governador João Azevêdo de não participar dessa realidade do partido intui cenários futuros de conflitos entre os dois onde na essência a guerra posta fará a Paraíba perdedora.
O exame de agora passa a contabilizar diversos fatos que produziram os capítulos recentes de enfrentamento porque o ex-governador consolidou a convicção de que João Azevêdo assumiu postura própria ignorando seu controle político, como imaginava na campanha e na montagem de governo.
CAUSAS A IRRITAR
João Azevêdo sabia na montagem da primeira equipe de governo que algumas Secretarias de perfil fundamental na estrutura tinham DNA 100% ricardista. E este era sinal evidente de sua interferência presente. São os casos específicos da Administração, Finanças, Planejamento, Procuradoria Geral e Comunicação.
Veio o início de gestão e, sem levar em conta os motivos e causas, o fato é que o governador precisou substituir boa parte dos titulares das Pastas, à exceção de Amanda e Luís Torres, que pediram para sair. Foram exonerados Livânia Farias, Gilberto Carneiro e Waldson Souza. Detalhe: sem que os novos titulares fossem discutidos previamente com Ricardo. O DNA vigente passou a ser o de João Azevêdo.
Aliado a este quesito, o ex-governador debitou tudo na conta de Nonato Bandeira, ex-aliado de RC, como mentor deste novo processo de blindagem e de certo afastamento da influência absoluta do ricardismo. Luis Torres deixou a Comunicação porque suas decisões e voz não eram mais absolutas, portanto, secundárias.
A RATIFICAÇÃO NA PGJ
O governo Ricardo Coutinho se credenciou como o mais operoso e reformista de todos os tempos, mas parte setorizada do saldo foi atingida pela Operação Calvário levando à prisão a ex-secretária de Administração, Livânia Farias e à delação sobre desvios de recursos públicos.
Este contexto fruto da ação da GAECO fez o núcleo duro do ricardismo a conceituar que há no Ministério Público estadual pessoas interessadas em atingir o ex-governador que se apresenta como nome mais forte e imbatível para a eleição na Prefeitura se João Pessoa, próximo ano.
Diante deste sentimento, a ratificação do nome do procurador Geral de Justiça, Seráphico da Nóbrega por João Azevêdo para manter-se no cargo também irritou o universo do ricardismo mais próximo. RC ao certo queria que fosse nomeado outro da lista, como fez Eduardo Campos, mas João escolheu o primeiro colocado e não via razão para deixar de fazê-lo.
TUDO DESÁGUA EM 2020
O fato é que Ricardo se prepara para comandar o PSB e fazer política voltada para a sucessão municipal com ou sem o apoio de João Azevêdo, que detém a força da caneta, hoje fazendo falta ao ex-governador.
A dados de hoje com a postura assumida pelos dois líderes fica cada vez mais distante a hipótese de reconciliação porque os dois argumentam em favor de suas causas, mas RC vive relembrando que ele, João, sabia do controle socialista, hoje inexistente.
Em síntese, exceto haja o surgimento de bombeiro credenciado, a projeção é de guerra no pobre e afetado estado da Paraíba, agora perseguido por Bolsonaro.
Neste contexto de guerra todos tendem a perder diante de possível rearrumação política no Estado.
ASSEMBLÉIA
De fato tem o capítulo da Assembléia Legislativa afetando o controle de RC e a não reação à forma pretendida de João , mas este é assunto para outra abordagem.
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