Paraíba

Lucy Alves e Chico César ocupam Horários nobres na Globo; WS analisa desempenhos

CULTURA


01/01/2017



 Dois artistas paraibanos da nova safra com dimensão nacional – Lucy Alves e Chico Cesar – ocuparam Horários Nobres na edição do Réveillon e na tarde de 31 de dezembro, respectivamente, apresentando novos repertórios e performances distintas para públicos e focos diferentes.

 – A Paraíba precisa se orgulhar pelo nível a que chegaram tanto Lucy Alves quanto Chico Cesar, embora seja importante tratar as duas situações por ângulos e situações diferentes vivenciadas por eles na atual fase levando-se em conta que CC está há mais tempo na estrada e Lucy praticamente iniciou sua carreira solo recentemente. Mas, nos dois casos, há conceito qualificado em torno deles", diz o multimídia Walter Santos em seu Blog.

 O blogueiro examina a reação localizada de setores do público expondo críticas à performance da artista no Réveillon:

 – De certa forma é compreensível a reação porque muitos queriam mesmo era repertório à base do clima de carnaval e de muitos sucessos típicos dessa festa, enquanto Lucy Alves, mais amadurecida, expôs outro repertório em sua nova fase bem distante do que lhe tipificou na fase do "Clã Brasil" à base de Luiz Gonzaga e companhia, algo que não existe mais".

 Eis a integra da análise de Walter Santos:

 NOVA FASE DE CHICO CÉSAR E LUCY ALVES: A ESTÉTICA NO HORÁRIO NOBRE

 Dois cenários diferentes, dois artistas nacionais distintos – Lucy Alves e Chico César – e um só endereço midiático, a Rede Globo expondo as duas fases especiais deles dois, depois do Jornal das 13 Horas e na cobertura do Réveillon ao vivo, como nunca acontecera.

 São dois momentos a merecer leitura crítica pelo ângulo da razão, a começar pela performance de Lucy Alves no Réveillon do Busto de Tamandaré, em João Pessoa, na festa merecida e oferecida pelo prefeito Luciano Cartaxo às vésperas da posse em novo mandato na Prefeitura.

 Antes de tratar da reação negativa localizada, compreendamos que a Lucy Alves do réveillon, mesmo sendo a mesma pessoa de identidade própria está longe de ser a Lucy do Clã Brasil de outrora à base do cancioneiro regional servido por Luiz Gonzaga e companhia. A Lucy de agora tem amplitude estética e de repertório porque aderiu ao formato pessoal de conviver com novos e antigos estilos muito do baião e do zabumba.

 Este, talvez, tenha sido o maior choque na impressão de quem se acostumara com a silhueta de uma artista ingênua no "The Voice" para a mulher em consolidação de novo perfil e repertório.

 Pelo clima comum da festa, bem que a direção do show deveria ter inserido canções de apelo mais carnavalizante, frenético até de frevos mulheres conhecidos, daí ter convivido com a reação desconforme, mesmo ela vivendo ótima fase artística.

 Esta é a questão de fundo para termos a exata noção de que a apresentação de Lucy Alves "chocou" mais pelo novo modelo distante da métrica musical à base do forró de outrora, mesmo que houvesse tempo e oportunidade para incluir a temática carnavalesca também a servir os loucos e loucas por dançar e dançar no "bitzs" mais forte com maior pegada. Dava para as várias facetas musicais no mesmo palco.

 Afora este jeito passível de se entender por ser festa, a apresentação mostrou o ecletismo instrumental e de ritmos na nova fase de Lucy Alves cada vez mais plural sem perder sua identidade com a essência Nordestina até quando ja convive com estética de artista global até no corte e cor do cabelo passando pelo figurino de qualidade indiscutível.

 Em síntese, Lucy vive seu momento mágico de expansão e consolidação de imagem a exigir da direção artística em torno dela mais atenção para com a ambiência e clima de seus shows porque show em festa pública tem contornos diferentes de uma casa fechada, um teatro ou algo semelhante, daí a necessidade de ajustar repertório e performance evitando assim incompreensões ou reações desconformes.

 No mais, é preciso se orgulhar de seu encanto artístico.

 Valeu!

 ESTADO DE POESIA

 Chico César é outro artista de dimensão até internacional nesta atual fase de sua vida pessoal a exibir o revigoramento de sua obra densa e vasta.

 O Especial exibido pela Rede Globo Nordeste para os 9 estados deste espaço geográfico Nação se traduz em reconhecimento ao conjunto do que já produziu, em especial o novo trabalho denominado de "Estado de Poesia" – uma bela obra estética, poética e rítmica, mesmo quando Pedro Osmar não gosta das músicas dançantes à lá influência dos carimbós e reginaldos rossis da vida. Faz parte e agrega ao campo da música sem preconceitos.

 O Especial gravado no Teatro Boa Vista, em Recife – aliás tive o privilégio de estar presente – mostra uma síntese da nova e anterior fase do artista Catolaico sempre esteticamente bem resolvido a se impor pela forma pós – Musiclube e Jaguaribe Carne sabendo ir muito além da música engajada.

 Chico César, inclusive, passeia com inteligência pelas canções de protesto quando se insurge contra o Racismo ainda vigente e se envolve pelo afeto amoroso de seu "Estado de Poesia" com o refinamento de um artista apaixonado por sua Musa e profissão.

 Rever antigos sucessos com novas canções até desconhecidas pelo grande público em nada afeta a fase extraordinária do cantor e compositor.


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