Política

Ricardo nega intenção de ser presidente: “Já tive mais do que eu sonhava”

ÚLTIMA ENTREVISTA


27/12/2016



O governador Ricardo Coutinho (PSB) concedeu, na noite desta segunda-feira (27), a última entrevista antes do ano na TV Master. O socialista fez um balanço de 2016 e apresentou expectativas para o ano que se aproxima. Mas além disso, fez uma análise da conjuntura no Brasil – tocando os mais diversos aspectos da crise política, institucional e econômica que assola o país, falando, inclusive, de seu relacionamento com a direção nacional do PSB e se tem pretensão de disputar a presidência da república em 2018.

Ricardo disse que seu foco no momento é a administração com a Paraíba e que, com a conjuntura atual, os fatos podem mudar rapidamente, portanto prefere não fazer planos visando 2018 – deixando claro estar satisfeito com tudo que conquistou ao longo da vida e afastando a hipótese de ser candidato à presidência.

“Nesse momento eu estou pensando em uma coisa: vencer o desafio de conduzir a Paraíba. Eu só estou pensando nisso. Estou focado nisso, porque não se sabe no país nem como vai ser daqui a um mês. Você não sabe o que vai dar o julgamento do TSE, não sabe a conjuntura política que pode influenciar, você não sabe como vai estar a economia, quantas listas sairão. Não estou colocando meu nome para nada. Eu já tive mais do que eu sonhava, do que eu queria, do que eu pensava”, observou.

O governador confirmou que teve posicionamentos divergentes em relação à legenda no âmbito nacional e fez uma autocrítica em nome do partido sobre a postura do partido no processo de impeachment de Dilma Rousseff (PT).

“O partido tinha que fazer um enfrentamento diferente. O primeiro era a defesa da democracia; o segundo, se não concorda com o governo, se faz oposição. Eu acompanharia, faria oposição, mas quebrar a regra do jogo não porque não se tinha nenhum crime de responsabilidade e se pagaria caro por aquilo e a história seria implacável. Não com os oportunistas, com aqueles que não tem nenhum sentimento, sentido na democracia. Esses são os lixos da história”, comentou

Sobre a sua gestão, comemorou a rotina de obras chegando a dizer que não tem agenda para acompanhar todas as inaugurações, enquanto outros estados têm uma ou duas inaugurações no máximo ao ano. O gestor falou também que espera que o Tesouro Nacional reclassifique a Paraíba, pois a culpa da queda de repasse seria do próprio governo federal.

“Um Estado que paga em dia, que tem uma relação de dívida e receita líquida de 0,41. Foi um preciosismo da avaliação. “Não, é porque o comprometimento de pessoal aumentou na receita de corrente líquida”. É verdade, eu cansei de dizer isso aqui. Claro que aumentou, se a receita caiu… E qual foi a receita que caiu? A do FPE, que é uma política nacional. E eu disse lá na reunião com o Ministério da Fazenda: “Vocês tinham que se punir. Não punir o Estado. O Estado está sendo punido por conta de vocês”, avaliou.

Coutinho disse ainda que não considera as mudanças que fará no secretariado como um “novo secretariado” e que mudanças sempre acontecem, cobrando trabalho e resultados dos seus secretários.

“Eu vou terminar o governo com mais pique do que quando começou. Se não tiver o pique, eu tiro. Isso é um recado aqui para os secretários. Se não tiver pique, vá fazer outra coisa que não dá certo não”, concluiu.
 


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