Política

RC defende a legitimidade dos protestos, mas não apoia impeachment de Dilma

Dia 16


14/08/2015

O protesto que pedirá o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), marcado para o próximo domingo (16), foi um dos assuntos abordados pelo governador Ricardo Coutinho (PSB), durante entrevista à imprensa paraibana após a entrega da reforma e ampliação do Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, na manhã desta sexta-feira (14). Na oportunidade, o socialista se posicionou a favor da livre expressão de ideias por meio dos protestos, mas deixou claro que não apoia a saída da presidente do cargo ao qual foi eleita.

“O que está em jogo não é apoiar ou não apoiar a presidente. Eu, sinceramente, tenho profundas críticas em relação à condução do país. Agora eu luto em defesa do estado de direito, em defesa da estabilidade, pois, se não houver estabilidade neste país o setor produtivo não volta a andar e o desemprego vai, cada vez mais, aumentar e não é possível que isso ocorra”, disse.

Para o governador, quem foi eleito tem que governar, e nenhum gestor pode ser impedido e nem destituído em função de desgaste ou impopularidade. “Muitas vezes alguém que é impopular em um dia no outro não é mais. Dilma foi eleita para governar por quatro anos, dentro de um regime que não é parlamentarista, se fosse parlamentarismo, você aprovava um voto de desconfiança no parlamento caía o governo, novas eleições, constituía o novo governo. No presidencialismo não, você tem um mandato, você não pode naturalmente fazer uma pauta de impeachment de alguém que não tem nada contra si propriamente”, ressaltou.

Sobre os protestos, Ricardo Coutinho afirmou que são direitos legítimos do povo e faz bem ao país, mas lembrou de que é preciso avançar na ética, no controle das coisas que são públicas, na construção de uma nova agenda que coloque o país para frente, que defenda o patrimônio e as riquezas naturais.

“Nós devemos é avançar nesse processo, não numa pauta conservadora, que destrua a Petrobras, que vá retirar as conquistar sociais importantes que foram feitas. É fundamental que a gente tenha essa capacidade. Portanto os protestos são legítimos e compreensíveis, inclusive. Agora querer tirar alguém eleito eu acho que não dá”, frisou Ricardo.

Ainda sobre o pedido de impeachment, o governador finalizou sua fala, mas é um tom de insinuação direta aos seus adversários políticos, afirmou que, “quem perde eleição deve esperar quatro anos, exercer o papel de oposição e tentar ver se no próximo pleito convence o povo de que é o melhor candidato. No meu entender, tanto na esfera federal quanto na esfera estadual, precisam mudar completamente o discurso e a prática para que o povo volte a acreditar neles”, concluiu.

 


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