Política

Temer aponta ‘boatos’ e diz que não deixou articulação política do governo

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07/08/2015

 O vice-presidente da República, Michel Temer, afirmou nesta sexta-feira (7) por meio de mensagem no Twitter que são "boatos" as informações de que deixou a articulação política do governo.

"São infundados os boatos de que deixei a articulação política. Continuo. Tenho responsabilidades com meu país e com a presidente Dilma", escreveu o vice-presidente em seu perfil no microblog.

Além de dificuldades na economia, o governo Dilma Rousseff enfrenta a pior crise política desde o início do primeiro mandato da presidente. No Congresso, sofre sucessivas derrotas e encontra dificuldades para reunificar a base aliada, que se pulverizou e não é mais garantia para aprovação de matérias na Câmara e no Senado. A popularidade da presidente também vive o pior momento. Segundo o instituto Datafolha, o governo Dilma tem o maior índice de reprovação (71%) desde a redemocratização do país.

Segundo informou o Blog da Cristiana Lôbo, Temer chegou a colocar à disposição da presidente a função de articulador político do governo em razão de críticas de ministros petistas. Nesta quinta (6), em reunião na residência oficial do Palácio da Alvorada Dilma pediu aos ministros do partido que deem apoio a Temer.

Na última quarta-feira, o vice-presidente afirmou que a situação do país "é grave" e fez um apelo por união nacional. Na ocasião, ele afirmou que o país necessitava de alguém com capacidade de "reunificar a todos". Essa declaração teria sido interpretada por petistas como um sinal de que ele próprio seria esse "alguém".

De acordo com o Blog do Camarotti, em conversa com Dilma nesta quinta-feira, o vice usou de uma "vacina" para se proteger das intrigas palacianas: afirmou que ela poderia ficar à vontade para substituí-lo.

"Se eu estiver atrapalhando, presidente, fique muito à vontade. Não quero lhe prejudicar", disse Temer, segundo reproduziu o blog. Dilma respondeu, de acordo com o blog: ."Não, Temer, de jeito nenhum. Você é muito importante para o meu governo".

Na interpretação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Temer é "sabotado" pelo PT na função de articulador político do governo, segundo afirmou no mês passado.

Nesta sexta-feira, em São Paulo, o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, confirmou o encontro entre Dilma e Temer na quinta, mas não se referiu ao teor da conversa.

“Temer teve uma conversa muito produtiva com Dilma ontem [quinta-feira]”, disse o ministro durante ato em frente ao Instituto Lula, na Zona Sul de São Paulo.

O ministro negou que Temer tivesse pedido para deixar a articulação política. "Eu participei. Não tem essa informação [sobre deixar a articulação]", declarou Mercadante. Perguntado sobre uma eventual renúncia de Dilma, afirmou: "Tenho mais coisa para fazer".

O ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, presente ao mesmo ato, afirmou que o vice-presidente ajuda na governabilidade.

“Temer é um quadro muito preparado e tem todas as condições de ajudar na governabilidade e ajudar a construir a maioria no Congresso Nacional”, disse o ministro.


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