Kwame Ajamu tinha apenas 17 anos quando foi condenado por assassinato de um comerciante de Cleveland, Ohio. Porém, após décadas na cadeia, na terça-feira passada, ele finalmente foi inocentado pelo crime. As informações são do The Washington Post.

Ajamu passou 29 anos na prisão e outros 10 em liberdade condicional, somando 39 anos de condenação – a maior já cumprida no país por uma pessoa posteriormente liberada e inocentada, segundo o Registro Nacional de Exonerações.

O americano teria sido preso com outras duas pessoas, acusadas de jogar ácido, atirar e fugir em um carro depois de matar Harold Franks. Na época, em 1975, a corte de Ohio ouviu algumas testemunhas, tendo um menino de apenas 12 anos como a principal delas.

Porém, por causa da publicação de uma reportagem da revista americana Scene Magazine em 2011, sobre o caso de Ajamu – conhecido por Ronnie Bridgeman-, o julgamento foi revisto e promotores quiseram defender os condenados.

Na semana passada, o caso do assassinato passou por uma reviravolta depois de o então “menino”, Eddie Vernon, desmentir seu testemunho, afirmando que não viu o crime acontecer e que, na verdade, estava dentro de um ônibus na ocasião do crime. “Eu era apenas uma criança, pensava que estava fazendo a coisa certa”, afirmou a antiga testemunha.

“Estou tão feliz que essa batalha tenha chegado ao final!”, disse. A juíza da corte do condado de Cuyahoga, Pamela Barker, chegou a levantar de sua cadeira e abraçar o inocentado.

Em meio à emoção após ficar tantos anos sendo considerado um assassino, o americano disse que perdoa Vernon pelo falso testemunho. “Gostaria de vê-lo e dizer que não estou bravo com ele. Que realmente acredito que não houve malícia, pois ele era uma criança”, afirmou.

Os outros dois condenados – sendo um deles, irmão de Ajamu- também foram inocentados e cada um deles poderá receber uma recompensa de US$ 4,1 milhões (mais de R$ 8 mi) do estado de Ohio.